Por Redação O Sul | 27 de março de 2023
Com o adiamento da visita de Luiz Inácio Lula da Silva à China, remarcar a ida do presidente a Pequim o mais rápido possível virou a principal prioridade do Itamaraty. Lula discutiu o assunto com o chefe da assessoria Especial da Presidência, o ex-ministro Celso Amorim, na manhã dessa segunda-feira (27) no Palácio da Alvorada, onde se recupera de uma pneumonia.
O Palácio do Planalto tem pressa em definir uma nova data de encontro com o presidente chinês, Xi Jinping, devido a importância estratégica do país, que é o principal parceiro comercial do Brasil, e para reforçar a intenção do governo de inaugurar um novo momento das relações comercias com os chineses, desgastadas durante a gestão de Jair Bolsonaro.
O agendamento com Pequim se tornou a missão prioritária do governo dentro das relações internacionais, mas integrantes do Itamaraty que estão na China ponderam que fechar as agendas dos dois presidentes não será simples, o que deve levar pelo menos dois meses. Como foi o governo brasileiro que cancelou a viagem, o Itamaraty aguarda a indicação de datas do governo chinês para verificar a disponibilidade de Lula.
O presidente brasileiro irá a Portugal em abril e foi convidado a participar da cúpula do G7 em maio no Japão. O cenário ideal para o Itamaraty seria aliar a ida de Lula à China e ao Japão na mesma época, para cumprir as duas agendas na Ásia em uma única viagem.
Assessores do presidente também consideram que será um desafio repetir a comitiva recorde que Lula levaria, de cerca de 240 empresários e 40 parlamentares. O presidente teria uma agenda política e econômica robusta. Segundo o jornal O Globo, o roteiro incluiria uma visita à gigante tecnológica Huawei e o fechamento de uma lista que poderia chegar a 30 acordos bilaterais.
Para integrantes do governo, a missão original à China acabou desmembrada com o adiamento da ida de Lula, mas ainda assim não perderá relevância. Cinco dias antes da data prevista para a chegada do presidente, uma comitiva de empresários do agronegócio, comandada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, chegou ao país e cumpriu uma série de agendas com os chineses.
No país, o ministro conseguiu negociar a suspensão do embargo à carne bovina brasileira e também foi acertada a importação para quatro novos frigoríficos. Porém, alguns dos acordos que seriam fechados por Lula no país acabaram adiados pela ausência do presidente.
