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Por Redação O Sul | 29 de agosto de 2017
O governo central registrou um déficit primário de 20,152 bilhões de reais em julho, o pior desempenho para o mês da série histórica, que tem início em 1997. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de 19,227 bilhões de reais em junho.
O resultado de julho ficou acima das expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de 18,2 bilhões de reais, de acordo com levantamento junto a 24 instituições financeiras. O dado do mês passado ficou dentro do intervalo das estimativas, que foram de déficit de 25 bilhões de reais a 11,15 bilhões de reais.
Entre janeiro e julho deste ano, o resultado primário foi de déficit de 76,277 bilhões de reais, também o pior resultado para o período da série histórica. Nos primeiros sete meses do ano passado, esse mesmo resultado era negativo em 55,693 bilhões de reais.
O resultado de julho representa queda real de 2% nas receitas em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas tiveram queda real de 1,3%. No ano até julho, as receitas do governo central recuaram 1,3% ante igual período de 2016, enquanto as despesas caíram 0,2% na mesma base de comparação.
Investimentos
Os investimentos do governo federal caíram a 19,953 bilhões de reais nos primeiros sete meses de 2017, informou há pouco o Tesouro Nacional. Desse total, 11,927 bilhões de reais são restos a pagar, ou seja, despesas de anos anteriores que foram transferidas para 2017. De janeiro a julho do ano passado, os investimentos totais haviam somado 31,061 bilhões de reais.
Os investimentos no PAC (Programa de Aceleração Econômica) somaram 1,728 bilhão de reais em julho, queda real de 46,4% ante igual mês do ano passado. Já no acumulado do ano, as despesas com o PAC somaram 12,066 bilhões de reais, recuo de 48,0% ante igual período de 2016, já descontada a inflação.
Meta 2018
A nova meta fiscal para 2018 é praticamente o dobro do que o governo havia fixado no ano passado, que previa um déficit de no máximo 79 bilhões de reais. Em abril, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, ampliou o déficit previsto de 2018 para 128 bilhões de reais e chegou a dizer que tinha uma folga. O rombo de 2017 ficou 20 bilhões de reais maior do que a meta em vigor de 139 bilhões de reais.
Pra garantir a meta de 2018, o governo anunciou um pacote de medidas que atinge diretamente a folha de pessoal, como a elevação da alíquota da contribuição à Previdência, o adiantamento por 12 meses do reajuste dos salários dos servidores e a reestruturação das carreiras de Estado. Do lado das receitas, a principal medida foi a mudança na forma de tributação de fundos de investimentos exclusivos com o objetivo de antecipar a arrecadação em 6 bilhões de reais. (AE)