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Notícias Governo cogita dar ministério para o partido Republicanos para assegurar apoio a Lula na tentativa de reeleição

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Segundo interlocutores, Marcos Pereira resiste à ideia. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Em uma tentativa de segurar o apoio do Republicanos nas eleições de 2026 e garantir uma base mais fiel no Congresso, o governo Lula cogitou convidar o presidente do partido, Marcos Pereira, para assumir um ministério em 2025. Um dos objetivos da reforma ministerial é afagar siglas do Centrão, que já têm cargo no governo mas também estão com um pé em eventuais candidaturas da oposição. Nessa estratégia, o Republicanos é um dos principais alvos por ser o partido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e também do deputado Hugo Motta (PB) favorito para assumir a presidência da Câmara

O Planalto está ciente de que precisa melhorar a articulação política com o Congresso para garantir a governabilidade nos próximos dois anos e pavimentar o caminho da reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026. Marcos Pereira, entretanto, tem dito a aliados que o perguntam sobre a possibilidade de virar ministro que não aceitaria o convite.

Ele apresenta dois motivos para a resistência. Primeiro é que ficaria somente um ano no ministério, já que teria de sair do cargo no início de 2026 para concorrer às eleições. Em segundo lugar, descontentaria tanto Tarcísio quanto a bancada do Republicanos no Congresso, que é mais ligada à direita e não quer ver o presidente do partido no governo petista. Procurado pela Coluna do Estadão, Pereira não comentou.

O nome do presidente do Republicanos foi considerado para assumir o lugar de Alexandre Silveira (PSD) no Ministério de Minas e Energia ou para ocupar a cadeira de Alexandre Padilha (PT) na Secretaria de Relações Institucionais, que é responsável pela articulação do governo com o Legislativo. Outro cotado para a SRI é o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, que também é do Republicanos – a mudança de pasta daria a ele um papel mais político no governo e próximo a Lula.

A ideia do governo é conseguir, pelo menos, a neutralidade das legendas na eleição de 2026. Além do Republicanos, os rumos do PSD, União Brasil e MDB preocupam os governistas, especialmente diante da baixa popularidade da atual gestão e de Lula, o que aumenta o temor de que abandonem o barco do governo na próxima corrida presidencial.

Apoio do PSD

Aliados de Lula têm visto com desconfiança os movimentos do presidente do PSD, Gilberto Kassab, e dizem em conversas reservadas que “todo mundo sabe que ele é Tarcísio”, em referência ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), um dos principais nomes da oposição.

O PSD, que tem três ministérios, deseja trocar a pasta da Pesca por outra mais robusta e ensaiou uma revolta contra o governo na Câmara durante a votação do pacote de corte de gastos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foi o ponto final para quem tinha dúvidas sobre o “tarcisismo” de Kassab, na avaliação de governistas.

Kassab nunca escondeu seu apoio ao projeto de Tarcísio e nem sua torcida para que o Brasil dê certo. Ele também ressaltou que o momento não é de discutir eleições. “Ano ímpar (2025) é de gestão, ano par é para eleição”, completou.

O presidente do PSD ficou conhecido por “colocar um pé em cada canoa” – ao mesmo tempo em que a sigla está representada na Esplanada de Lula, ele próprio é secretário do governo de São Paulo. Interlocutores de Lula, entretanto, têm visto o dirigente cada vez mais inclinado a pôr os dois pés na embarcação oposicionista. (Estadão Conteúdo)

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