Homem de confiança de Jair Bolsonaro, o general Eduardo Pazuello assume interinamente o comando do Ministério da Saúde após a confirmação da saída de Nelson Teich. O governo publicou uma nota no Twitter do Ministério da Saúde no sábado (16) confirmando Pazuello como ministro interino.
Formado pela Academia Militar das Agulhas Negras, em 1984, Pazuello foi coordenador da Operação Acolhida, que cuida de refugiados venezuelanos na fronteira com Roraima.
Também esteve à frente da 12ª Região Militar, no Amazonas. O general ainda aparece como o comandante da 12ª Região Militar no site da instituição. Ao deixar o comando para assumir a secretaria-executiva do Ministério da Saúde, Pazuello disse que “não tem general na gaveta, não” e que retornaria ao posto assim que ajudasse Teich a organizar o ministério.
Entre os oficiais das Forças Armadas próximos a Bolsonaro, há torcida para que o general seja nomeado ministro em definitivo. Por enquanto, o governo o trata como interino. Outros nomes estão no páreo, como o da médica Nise Yamaguchi.
Número 2 da Saúde
Desde 22 de abril, Pazuello vinha atuando como secretário-executivo da Saúde, a pedido de Bolsonaro, para coordenar a transição entre a gestão de Luiz Henrique Mandetta (DEM). Em sua primeira entrevista na condição de secretário, Pazuello disse que, apesar da curva ascendente de mortes e casos registrados de covid-19 no país, a situação estava “mais fácil” para a gestão Teich em comparação com a do seu antecessor.
Colegas militares destacam o perfil “determinado” do general e elogiam o fato de Pazuello ter se colocado como solução transitória no governo durante a pandemia de coronavírus. O ministro interino foi descrito como um “resolvedor de problemas” por um coronel que foi seu colega de turma no Curso de Comando e Estado-Maior do Exército.
Saída de Teich
Após o pedido de demissão do ministro da Saúde, Nelson Teich, o Ministério da Saúde divulgou uma nota na sexta-feira, 15, informando que está finalizando novas orientações de assistência aos pacientes com Covid-19.
O principal motivo para a saída de Teich foi a divergência com o presidente Jair Bolsonaro em relação ao protocolo para o uso da cloroquina no tratamento dos pacientes contaminados com o novo coronavírus.
Enquanto o ex-ministro defendia o atual protocolo, que prevê o uso apenas em casos graves, com orientação médica e consentimento do paciente, Bolsonaro quer que o medicamento seja usado de forma ampla e no início do tratamento.
A nota do Ministério da Saúde não menciona a cloroquina, mas diz que o objetivo das novas orientações é iniciar o tratamento antes do agravamento dos casos e da necessidade de utilização de leitos de UTI.
“Assim, o documento abrangerá o atendimento aos casos leves, sendo descritas as propostas de disponibilidade de medicamentos, equipamentos e estruturas, e profissionais capacitados”, afirma o documento.