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Governo conta votos no Senado e confia em Renan Calheiros para barrar impeachment

Calheiros explicou ser necessário evitar a impressão de que a presidência da Casa esteja extrapolando suas funções (Foto: Ailton de Freitas/AG)

O apoio de segmentos da Câmara dos Deputados às mobilizações pró-impeachment tem motivado o Palácio do Planalto a apostar na última e supostamente mais segura barreira para evitar o afastamento da presidenta Dilma Rousseff: o Senado. A Casa é encarregada de dar continuidade ao processo, se os deputados autorizarem a sua abertura.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recebeu o pedido de impeachment assinado por juristas, com respaldo de membros da oposição. Reservadamente, essa é considerada pelo governo a mais consistente das 13 solicitações enviadas ao parlamento com tal finalidade.

O cenário fez com que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reunisse com Cunha, na sexta-feira, para comvencê-lo a não levar adiante o pedido, apesar de estar rompido com Dilma. Temendo que Cunha desconsidere a solicitação, aliados de Dilma mapearam apoios no Senado e iniciaram tratativas com a aliados. Um fator positivo é que o governo tem melhorado suas relações com o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Amadurecimento

A avaliação de membros da cúpula do Senado e até mesmo de líderes da oposição é de que o processo ainda não está “maduro” para um impedimento da petista. Essa perspectiva foi manifestada inclusive em um recente encontro de Calheiros com caciques do PMDB.

Na reunião, parte dos presentes considerou que não caberia à cúpula do Senado, no atual momento, incentivar um rompimento brusco no processo democrático.

Parte do grupo ligado a Calheiros avalia que, em meio à falta de solução para as crises política e econômica, assumir o comando do País com o vice Michel Temer (PMDB) traria apenas desgaste à legenda, que trabalha para lançar candidatura própria ao Planalto em 2018. O pressuposto é de impossibilidade de um prognóstico do que pode acontecer no curto prazo e que posicionamentos contra ou a favor de um rompimento seriam estrategicamente errados. (AE)

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