O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia publicou uma declaração com palavras fortes no Facebook, chamando a detenção do prefeito de Melitopol por homens armados de “crime de guerra”.
A CNN informou anteriormente que o prefeito de Melitopol, Ivan Fedorov, foi visto em vídeo sendo levado para longe de um prédio do governo na cidade por homens armados. Pouco tempo depois, o promotor regional de Luhansk, apoiado pela Rússia, alegou que Fedorov havia cometido crimes de terrorismo e estava sob investigação.
Em um comunicado publicado no Facebook, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia chamou a detenção de Fedorov de “sequestro”, dizendo que é uma das muitas “violações grosseiras de normas e princípios do direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, como bem como outras violações de direitos humanos por parte dos militares russos.”
O prefeito da cidade ucraniana de Melitopol, Ivan Fedorov, foi visto em um vídeo sendo levado por homens armados de um prédio do governo na sexta-feira (11). A promotoria da região separatista de Luhansk, apoiada pela Rússia, disse que acusações de terrorismo pesam contra ele.
A detenção de Fedorov pelos homens armados é o primeiro caso conhecido de um oficial político ucraniano sendo detido e investigado por forças russas – ou apoiadas pela Rússia – desde o início da invasão.
De acordo com uma mensagem no site do promotor de Luhansk, Fedorov está sendo acusado de ajudar e financiar atividades terroristas e fazer parte de uma comunidade criminosa. A promotoria de Luhansk alegou que Fedorov é membro do grupo “Right Sector”.
A CNN informou anteriormente que se trata de um grupo paramilitar e político nacionalista ucraniano que opera na Ucrânia. O grupo tem uma postura anti-Rússia, mas observadores independentes dizem que não se trata de uma ameaça fascista, como o presidente russo Vladimir Putin afirma ser.
A promotoria da região separatista alega que o “Right Sector” realizou atos terroristas contra civis na região de Donbass, mas não fornece detalhes.
A mídia local, citando conversas com a Câmara Municipal de Melitopol, confirmou que o homem levado no vídeo era Fedorov. A CNN geolocalizou e verificou a autenticidade do vídeo. A CNN não conseguiu identificar um advogado que faça a defesa de Fedorov diante das acusações.
O Itamaraty disse que a Convenção de Genebra e seus Protocolos Adicionais proíbem que reféns civis como Fedorov sejam levados.
“Pedimos à comunidade internacional que responda imediatamente ao sequestro de Ivan Fedorov e outros civis, e aumente a pressão sobre a Rússia para encerrar sua guerra bárbara contra o povo ucraniano”, disse o comunicado do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia.
“O fato do sequestro do prefeito de Melitopol, juntamente com centenas de outros crimes de guerra cometidos por ocupantes russos em solo ucraniano, estão sendo cuidadosamente documentados pelas agências de aplicação da lei. Os perpetradores deste e de outros crimes serão levados à mais estrita responsabilidade”, concluiu o post.