O governo venezuelano e a oposição concordaram em reiniciar as negociações na próxima sexta-feira (25), encerrando um impasse de um ano e potencialmente abrindo a porta para os Estados Unidos aliviarem as sanções ao petróleo da Venezuela. O presidente Nicolás Maduro e uma coalizão da oposição enviarão delegados ao México para reabrir as negociações a partir de 25 de novembro, confirmou o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em mensagem no Twitter.
Petro e o presidente argentino, Alberto Fernández, se reuniram com representantes do governo e da oposição da Venezuela há 12 dias em Paris, no âmbito do Fórum da Paz promovido pelo presidente francês, Emmanuel Macron. O plano inicial é que as partes se reúnam no México a cada 15 dias, com mediação da Noruega.
As negociações, que estavam suspensas desde outubro de 2021, incluirão o estabelecimento de condições que permitam a participação da oposição na eleição presidencial da Venezuela, prevista para 2024.
Espera-se que os dois lados abram as reuniões assinando um acordo que liberaria US$ 2,7 bilhões de fundos do governo atualmente congelados em contas internacionais devido às sanções americanas. O montante seria usado para reconstruir redes elétricas e financiar projetos de saúde, entre outras iniciativas. A ONU supervisionaria o trabalho e administraria a conta, disseram as fontes.
O governo do presidente dos EUA, Joe Biden, já disse que reavaliaria sua política de sanções se o governo Maduro fizesse concessões políticas, começando com o reinício das negociações no México. O primeiro passo poderia ser uma licença limitada para a petrolífera americana Chevron operar na Venezuela, com o afrouxamento de algumas restrições financeiras às atividades da empresa no país.
Declínio do petróleo
Afrouxar as restrições econômicas internacionais pode ajudar a Venezuela a começar a extrair mais petróleo. Apesar de ter as maiores reservas de petróleo bruto do mundo, a indústria petrolífera do país foi destruída após anos de má administração, subinvestimento e sanções, que proíbem as atividades de empresas americanas no país. A produção caiu para cerca de 660 mil barris por dia, de mais de 2 milhões de barris por dia há uma década.
Maduro precisa urgentemente de dinheiro para manter a recuperação do país nos trilhos à medida que a economia começa a se expandir após uma das recessões mais profundas da História mundial, que levou mais de sete milhões de pessoas a deixarem a Venezuela.
Algumas das rodadas anteriores de negociações fracassaram, mais recentemente em outubro de 2021, quando Maduro se afastou da mesa depois que os dois lados chegaram apenas a acordos menores. O governo abandonou essas reuniões depois que um aliado de Maduro, Alex Saab, foi extraditado da Espanha para os EUA para enfrentar acusações de lavagem de dinheiro.