Em Nova York (EUA), o governo lançou uma ofensiva para combater a exploração das manicures. Muitas são imigrantes ilegais. E por isso, acabam aceitando salários baixos e péssimas condições de trabalho.
De um lado do balcão, a cliente que quer ficar mais bonita. Do outro, uma imigrante ilegal que aceitou trabalhar ganhando pouco para continuar vivendo nos Estados Unidos. Cenas assim fazem parte da paisagem de Nova York. Como no Brasil, tem salão de manicure por todo lado.
Só em um quarteirão, são dois. Mas essas vitrines transparentes escondem uma história que durante muito tempo ficou invisível: a exploração das trabalhadoras e as péssimas condições de trabalho a que elas são submetidas.
O assunto veio à tona em reportagens do jornal New York Times, que investigou os salões de manicure por mais de um ano. Quase todas trabalham sem proteção. Manuseiam e inalam produtos químicos que fazem mal à saúde.
Para conseguir o emprego, muitas manicures têm de primeiro pagar uma taxa aos patrões. Várias não recebem salário, apenas gorjetas. Outras ganham 1,50 dólar por hora, um sexto do salário mínimo americano.
Durante anos, essa foi a rotina de Diana e Minerva. O pior, elas dizem, era trabalhar horas seguidas, sem direito a intervalo. A maioria das manicures vem da China, da Coreia e da América Latina. Com orçamento apertado, muitas vivem em apartamentos minúsculos em ruas na Chinatown e vivem com medo.
Elas são extorquidas. Mas como trabalham sem visto de imigrante, têm medo de chamar a polícia, admitiu o governador de Nova York Andrew Cuomo.
Depois da denúncia, ele anunciou uma ofensiva para proteger as manicures. Os salões terão de ter ventilação, fornecer luvas e máscaras para as funcionárias, e fixar cartazes em várias línguas, com os direitos das trabalhadoras. Os que não pagarem salários atrasados ou estiverem sem licença serão fechados. Uma cliente diz que costuma paga 20 dólares para fazer os pés e as mãos. E nunca pensou no que acontece de fato nos bastidores dos salões. (AG)