O governo federal revogou, nesta terça-feira (09), a portaria que transferia R$ 83,9 milhões do programa Bolsa Família para a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência da República). A revogação, publicada no Diário Oficial da União, foi assinada pelo secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
Uma portaria publicada na última quinta-feira (04), também assinada por Waldery, havia transferido a quantia para a comunicação institucional do Palácio do Planalto. A verba era originalmente destinada ao Bolsa Família na região Nordeste.
Segundo o governo, a transferência de dinheiro do Bolsa Família para a Secom havia sido motivada por uma baixa execução orçamentária do programa. Isso porque beneficiários puderam optar por receber o Bolsa Família ou o auxílio emergencial de R$ 600, criado para ajudar trabalhadores informais afetados pela crise do coronavírus.
A justificativa do governo é de que houve elevada procura pelo auxílio, de valor maior, o que fez parte do dinheiro para o Bolsa Família ficar sem uso. Em nota, o governo informou ainda que para atender à regra do teto de gastos é preciso compensar a ampliação de uma despesa com a redução de outra. O auxílio emergencial é de R$ 600, superior ao benefício médio do Bolsa Família (R$ 188,16 em março).