Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 5 de novembro de 2021
A Petrobras informou nesta sexta-feira (5) que não há qualquer estudo sendo feito sobre uma possível privatização da empresa, como aventado pelo presidente Jair Bolsonaro, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e outros governistas.
Em comunicado ao mercado, a empresa afirma que consultou seu acionista controlador por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e Ministério da Economia, e ambos os órgãos não apresentaram nenhum estudo sobre a venda da participação do governo.
“Em comunicação encaminhada em 03/11/2021, Ministério das Minas e Energia (MME) respondeu à consulta afirmando não ter conhecimento da existência de qualquer decisão, ato ou fato relevante da União Federal que deva ser comunicado à Petrobras para subsequente divulgação ao mercado”, diz nota da Petrobras.
“Já na data de ontem, o Ministério da Economia (ME) encaminhou comunicação formal informando não haver fato relevante a ser comunicado ao mercado pela União neste momento ou recomendação de inclusão da desestatização da Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos e que não há estudos ou avaliações em curso que tratem do tema no âmbito da Secretária Especial do Programa de Parcerias de Investimentos do ME”, segue o texto.
Os rumores de privatização da Petrobras começaram em meados de outubro, quando Bolsonaro afirmou que o assunto “entrou no radar” do governo e que ele teria “vontade” de vender a empresa em meio à alta dos combustíveis. O ministro Paulo Guedes deu peso às declarações ao dizer que “bastou frase” de Bolsonaro sobre privatização da Petrobras para as ações da estatal subirem.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), confirmou à agência Reuters que havia estudos sobre o tema. “Não tem decisão tomada. Existem estudos a respeito”, disse ele. “Primeiro precisamos avançar com os Correios.”
No dia 25, a Petrobras questionou o governo sobre a existência ou não de estudos para privatização da companhia.
No dia 27, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu processo administrativo sobre a Petrobras, sem informar o motivo. Pela lei societária, empresas listadas em bolsa como a Petrobras devem comunicar informações importantes por meio de um fato relevante, o que não aconteceu antes das declarações do presidente e do ministro.