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Governo do Amazonas sabia de risco de fuga em presídio, diz ministro da Justiça

Risco foi detectado pelo serviço de inteligência da Secretaria de Segurança do Amazonas. (Crédito: Reprodução)

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, disse nesta quarta-feira (4) que autoridades do Amazonas sabiam da possibilidade de fugas entre o Natal e Ano-Novo, antes da rebelião que levou à morte de 56 pessoas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, entre domingo (1) e segunda-feira (2). Ao menos duas centenas de prisioneiros fugiram, também segundo o ministro.

O risco de fuga foi detectado, segundo Moraes, pelo próprio serviço de inteligência da Secretaria de Segurança do Amazonas, mas não foi comunicado ao governo federal. Com a informação, alegou o ministro, o governo amazonense teria reforçado a segurança nos presídios, o que não foi suficiente para evitar a tragédia. “Há relatos do setor de inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas de que poderia haver essa fuga, que efetivamente acabou ocorrendo. Foram mais de duas centenas de presos que fugiram”, relatou após reunião em Brasília com a presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia.

“O governo federal em momento algum foi informado, nem foi solicitado nenhum auxílio, seja da Força Nacional, seja de qualquer outro mecanismo que o governo federal poderia ter auxiliado”, afirmou Moraes. Ele acrescentou que o governo do Amazonas não tinha obrigação de repassar a informação.

Segundo o ministro, é necessário agora investigar se a rebelião foi uma estratégia dos presos para facilitar a fuga de líderes de facções do presídio. “Havia um planejamento de fuga. Então deve-se apurar se, na verdade, toda a confusão e as mortes passaram a ocorrer para que as lideranças pudessem fugir ou não. Isso é importante se apurar”, afirmou o ministro. (AG)

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