Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 24 de maio de 2023
O governo do Brasil não é a favor da vacinação de aves como forma de controlar a gripe aviária, devido ao risco de uma campanha com esse objetivo inevitavelmente levará à imposição de barreiras comerciais. A informação é de um diretor do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Maior exportador mundial de aves, o Brasil confirmou oito casos da doença (cujo nome técnico é “influenza aviária altamente patogênica”, ou “HPAI”) em espécies selvagens, sem atingir granjas comerciais. Um dos registros se deu em São João da Barra (RJ).
Em razão das notificações, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência zoossanitária. Desse modo, o governo do Brasil tenta impedir que a gripe aviária não chegue às criações comerciais.
“Atualmente, o País está livre de HPAI”, explica Eduardo Cunha, representante do Brasil em reunião da Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) na França e diretor do Departamento de Saúde Animal do Ministério da Agricultura e Pecuária.
Quase US$ 10 bilhões em exportações de frango estarão em risco se a gripe aviária infectar granjas comerciais no Brasil, que assumiu um papel crescente no abastecimento mundial de aves e ovos. Isso porque os importadores proíbem a carne de frango e peru de países com o vírus circulando em suas granjas.
Relutância – A gravidade do atual surto de gripe aviária levou alguns países a considerarem a vacinação de aves. Já outros, como os Estados Unidos, permanecem relutantes, sobretudo por causa das restrições comerciais que isso acarreta.
“O Brasil exporta aves e derivados para mais de 130 países, o que tornaria um grande desafio as negociações com esses importadores para aceitar seus produtos vacinados”, acrescenta Cunha.
Criação de porcos
Imagine um chef de cozinha com carreira consolidada que resolveu se mudar com a família para uma pequena fazenda de seus ancestrais. Foi a jornada feita por Rafael Cardoso, que cria porcos que vivem soltos no pasto e trabalha com a disseminação dos sabores da cultura caipira.
A região, que já foi um antigo rancho de tropeiros, também inspirou o apelido adotado pelo chef, Rafa Bocaina.
Na contramão da criação confinada, os animais são mantidos soltos em piquetes rotativos, com direito a comida livre. Além disso, recebem suplementação de capim, sorgo e grãos.
Os animais são abatidos por quinzena e usados para a charcutaria artesanal, que funciona na propriedade. Os salames, copas e outros produtos são vendidos em restaurantes e lojas.
As descobertas no ambiente rural também promoveram um encontro com uma nova paixão do chef: o estudo da cultura caipira. “Essa impressão de território, essa assinatura regional é o que torna o produto do pequeno produtor algo inimitável”.
Rafa defende que as pessoas conheçam e tenham contato direto com o produtor.
“Não estou falando só de porco, estou falando de ovos, de frutas, de hortaliças, de grãos e qualquer coisa. Quando você sabe de onde vem, você já entende um pouco melhor sobre esse produto”.