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Governo do Estado ainda não recebeu levantamento de concessionária sobre impactos das enchentes nas ferrovias gaúchas

Danos podem ter atingido 700 quilômetros de estruturas, com prejuízo de de até R$ 4 bilhões. (Foto: EBC)

Transcorridos quase quatro meses desde o auge das enchentes recordes no Rio Grande do Sul, o governo do Estado ainda cobra da concessionária Rumo Logística um relatório sobre os impactos da catástrofe ambiental sobre a infraestrutura ferroviária gaúcha. O Palácio Piratini também reivindica participação em grupo de trabalho federal sobre o tema.

A expectativa era de que um diagnóstico fosse apresentado em reunião virtual realizada na última segunda-feira (2) entre o vice-governador Gabriel Souza, representantes da empresa e o titular da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro. Mas durante o encontro (programado originalmente para 19 de agosto), a Rumo informou que os resultados ainda estão sob análise.

O Executivo estadual pretendia obter dados que permitissem aprofundar o debate, inclusive a respeito de possíveis soluções e encaminhamentos para as ferrovias gaúchas, que já enfrentam dificuldades anteriores do desastre climático de maio.

“Não tivemos acesso, até o momento, aos dados finais de diagnóstico da malha ferroviária do Rio Grande do Sul, o que interfere na análise e decisões a serem tomadas”, criticou Gabriel Souza. “O objetivo do governo do Estado é contribuir com o governo federal e construir soluções. Também manifestamos nosso interesse em participar do grupo de trabalho e colaborar no debate sobre um setor que é estratégico para nossa economia.”

Números extraoficiais

Apesar da ausência de informações mais precisas, o governo do Estado menciona dados obtidos por veículos da imprensa gaúcha e divulgados recentemente. Em resposta, o secretário nacional de Transporte Ferroviário frisou que o trabalho está sendo concluído.

Leonardo Ribeiro garante que os detalhes do estudo elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) serão fornecidos em breve. Ainda segundo ele, análises preliminares e ainda extraoficiais apontam que os danos podem ter atingido cerca de 700 quilômetros de ferrovias, com um custo de recuperação entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões.

O titular do órgão antecipou a possibilidade de abertura de crédito extraordinário para o sistema, por meio do Orçamento Geral da União. A medida foi considerada positiva pelo vice-governador gaúcho, diante do cenário atual: “Um aporte público poderá permitir que rapidamente tenhamos obras, sejam de reparos nos quilômetros atingidos ou até mesmo um novo traçado”.

Na mesma reunião virtual, Gabriel Souza ressaltou também que, devido às rotas turísticas existentes, como Vale do Taquari e Serra Gaúcha, o governo do Estado avalia que é necessário manter parte da malha atingida, em especial nestas regiões.

Também participaram da reunião os secretários de Logística e Transportes, Juvir Costella, e da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi. Completaram as presenças o vice-presidente da Rumo Logística, Guilherme Penin e outros representantes da empresa.

(Marcello Campos)

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