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Governo dos Estados Unidos procura governo Lula para discutir guerra na Ucrânia

Amorim (foto) e Sullivan discutiram uma série de questões bilaterais e globais, incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia. (Foto: Divulgação)

O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, telefonou para o assessor internacional da Presidência da República, Celso Amorim, segundo comunicado divulgado pela Casa Branca. A conversa ocorreu no momento em que declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a guerra na Ucrânia repercutem negativamente no ocidente.

Segundo a nota divulgada pelo governo americano, Sullivan e Amorim discutiram uma série de questões bilaterais e globais, “incluindo a guerra da Rússia contra a Ucrânia, a cooperação contínua para combater as mudanças climáticas e proteger o meio ambiente, o G-20 e nossos esforços compartilhados para salvaguardar as instituições democráticas”.

Durante viagem oficial à China na última semana, o presidente Lula afirmou que a Ucrânia é tão responsável pela guerra quanto a Rússia. A declaração foi no sentido contrário à postura dos Estados Unidos e de outros países da Europa ocidental, que aplicaram sanções contra o país comandado por Vladimir Putin e vendem armamento para a Ucrânia.

Lula também afirmou que os Estados Unidos e a Europa incentivam a guerra e deveriam “falar em paz”. Os EUA reagiram e enviaram dura resposta ao governo brasileiro. Segundo a Casa Branca, em nota divulgada na segunda-feira, o posicionamento de Lula sobre o conflito é “profundamente problemático” e “equivocado”, além de repetir propaganda da Rússia e da China.

Ajuste no tom

Na terça-feira, Celso Amorim declarou que a resposta dos Estados Unidos foi “exagerada”. “Há exageros na maneira de interpretar. A gente tem vários pontos de convergência, mas em vários momentos o Brasil, no atual governo, condenou a invasão na Ucrânia”, disse.

Amorim defendeu a posição de Lula sobre a guerra da Ucrânia lembrando que críticas já foram feitas em alto e bom som à Rússia, que invadiu o país vizinho, e que o Brasil até mesmo acompanhou as nações ocidentais em uma condenação à invasão da Ucrânia na ONU.

Diante da repercussão negativa, o próprio Lula ajustou o tom de suas declarações a respeito do conflito, ao participar de almoço com o presidente da Romênia nesta terça-feira. Sem citar a Rússia, o presidente ajustou o discurso adotado nos últimos dias e voltou a dizer que o Brasil “condena” a violação territorial da Ucrânia.

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