Segunda-feira, 28 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2015
Diante do recrudescimento da crise política, o governo Dilma Rousseff prepara um pacote de medidas para mostrar ao mercado financeiro que, mesmo sem a colaboração do Congresso Nacional, cumprirá em 2016 a meta de economizar o equivalente a 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) para pagar juros da dívida pública.
No cardápio de medidas, estão o aumento da Cide (contribuição que regula o preço de combustíveis) e de outros impostos chamados reguladores, como IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). A ideia é anunciar as medidas somente em janeiro.
O ministro Joaquim Levy (Fazenda), em audiência no Congresso na semana passada, afirmou que “a Cide é boa, tem várias coisas a favor”, em um recado de que a alta do tributo faz parte dos planos do governo petista. Também faz parte desta estratégia, segundo a Folha apurou, a decisão de deixar para o próximo ano a receita de 11 bilhões de reais obtida com o leilão das usinas hidrelétricas realizado nesta semana.
As medidas servirão como uma espécie de “plano B” caso o Congresso não aprove nenhuma das propostas apresentadas pelo governo para garantir mais dinheiro no caixa no próximo ano, como a recriação da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira) e a repatriação de dinheiro de brasileiros no exterior.
A estratégia é contar, neste caso, com medidas que não dependam de aprovação de deputados e senadores para, nas palavras de um assessor presidencial, “mostrar ao mercado que o governo terá superávit” no próximo ano e não vai ficar apenas no campo das “boas intenções”.
O “plano B” foi encomendado pela presidenta Dilma à sua equipe econômica e, inicialmente, está planejado para ser divulgado em janeiro depois de uma avaliação sobre o que foi de fato aprovado no Congresso. Oficialmente, o governo nega a existência do plano porque quer evitar que deputados e senadores desistam, de vez, da aprovação das medidas do ajuste fiscal. (Folhapress)