O governo federal lançou nesta quarta-feira (16) uma nova versão do plano nacional de imunização contra a covid-19. A data para começo da vacinação não foi informada, mas o governo diz já negociar cerca de 350 milhões de doses para 2021, suficiente para imunizar 175 milhões de brasileiros. No novo plano o governo afirma ter incluído a compra da CoronaVac, vacina desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac e o Instituto Butantã, ligado ao governo de João Doria, adversário político do presidente Jair Bolsonaro.
Segundo o governo firmado houve um memorando de entendimento para a compra da CoronaVac. Na versão anterior do plano já constavam as vacinas de Oxford/AstraZeneca (210 milhões), Covax Facility (42,5 milhões) e Pfizer (70 milhões).
O Ministério da Saúde também adicionou 38 milhões de doses do imunizante da farmacêutica Janssen, que também está sendo testado no Brasil. Conforme o governo federal, 3 milhões de doses dessa vacina seriam disponibilizadas no segundo trimestre de 2021, 8 milhões, no terceiro trimestre, e 27 milhões, no quarto trimestre do ano que vem.
Também haveriam negociações com as farmacêuticas Bharat Biotech (Índia), Moderna (EUA) e Gamaleya (Rússia).
O Butantan teria adiado para o dia 23 o envio para a Anvisa )Agência Nacional de Vigilância Sanitária) do resultado dos testes da vacina no Brasil, com vistas ao registro definitivo do imunizante. A previsão anterior era de que os documentos fossem enviados na última terça-feira (15), visando a autorização para uso emergencial.
Embora sem definir datas oficialmente, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou mais uma vez que a vacinação deve ser iniciada no País em “meados de fevereiro”. Nesta lógica, dois laboratórios nacionais participantes do desenvolvimento de vacinas, Fiocruz e o Instituto Butantã, precisariam apresentar ainda neste mês os dados finais de pesquisa dos imunizantes e solicitar o registro do produto na Anvisa.
Mudança de tom
Nesta quarta, durante o evento em que foi anunciado o novo plano, o presidente Jair Bolsonaro adotou um tom mais ameno sobre a pandemia. “Se algum de nós extrapolou, ou exagerou, foi no afã de buscar solução”, afirmou Bolsonaro. Um dia antes ele disse que não iria se vacinar, declaração criticada por especialistas por desestimular a imunização no País.
Fases
O governo prevê imunizar cada grupo prioritário em cerca de um mês, já contando com a aplicação de duas doses por indivíduo. O planejamento distribui os grupos em quatro fases:
– Fase 1: trabalhadores de saúde, pessoas com idade acima de 75 anos, pessoas de 60 anos ou mais que estejam em abrigos ou asilos e indígenas (29.909.040 doses);
– Fase 2: pessoas de 60 a 74 anos que não estejam em instituições de longa permanência (44.830.716 doses);
– Fase 3: pessoas com comorbidades (26.590.034 doses);
– Fase 4: professores (nível básico ao superior), forças de segurança e salvamento e funcionários do sistema prisional (7.012.572 doses).