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Política Governo federal desiste de auxílio a motorista de aplicativo no Rio Grande do Sul. Dificuldade em confirmar dados é o principal motivo da decisão

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O governo federal desistiu da ideia ao perceber que seria muito complexo confirmar a base de dados fornecida pelas empresas.

Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
O governo federal desistiu da ideia ao perceber que seria muito complexo confirmar a base de dados fornecida pelas empresas. (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

O governo Luiz Inácio Lula da Silva não deve mais criar um auxílio voltado aos motoristas de aplicativo do Rio Grande do Sul que foram afetados pelas enchentes de maio. Esta possibilidade estava sendo estudada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, comandado pelo ministro Luiz Marinho (PT), em razão da quantidade significativa de motoristas que estão sem renda desde que as cidades gaúchas ficaram inundadas.

Nas últimas semanas, os técnicos da pasta passaram a pedir dados para os principais aplicativos de transporte que atuam no Rio Grande do Sul justamente para entender qual o universo de pessoas que trabalham efetivamente com essas ferramentas. Foram consultadas empresas como Uber, Lalamove e 99.

O governo federal desistiu da ideia ao perceber que seria muito complexo confirmar a base de dados fornecida pelas empresas.

“Foi levantada a possibilidade, mas descartada. Até o levantamento dos dados é complicado pois o cadastro é das empresas e não tem como validar. Daí a importância da regulamentação [dos aplicativos de transporte]”, defendeu um técnico do Ministério do Trabalho.

O recuo do governo acontece num momento de incerteza em relação ao equilíbrio das contas públicas. Nos últimos dias, a área econômica já projeta uma possível queda de até 10% na arrecadação federal, em relação ao projetado anteriormente. Um dos motivos seria justamente a dificuldade de voltar a girar o mercado interno no Estado, que segue afetado pela tragédia climática.

Apesar de a crise no Rio Grande do Sul ter passado do seu ápice, o tema continua colocando o presidente Lula e o governador Eduardo Leite (PSDB) em polos opostos. Na terça-feira, por exemplo, Lula criticou a construção de casas provisórias para pessoas que estão sem moradia Estado. A afirmação foi feita apenas pouco dias depois de o governador Eduardo Leite (PSDB) anunciar a construção de 500 casas temporárias para famílias que tiveram seus lares destruídos pelas enchentes.

Sobre isso, Lula defendeu que não se pode colocar os afetados pelas enchentes em lugares “inóspitos” e “inseguros” mais uma vez. “É melhor dizer a verdade para o povo. É melhor dizer que destruir é muito rápido, construir é muito demorado, mas a gente vai ter que encontrar terreno sólido, vai ter que fazer casa com rua, com esgoto, com água, com energia elétrica, com área de lazer para as crianças, com escola, porque a gente não pode fazer o pessoal, depois do que passaram no Rio Grande do Sul, voltar a morar em lugar inóspito, em lugar inseguro”, defendeu Lula.

As 500 moradias temporárias custarão, segundo o governo do Rio Grande do Sul, R$ 66,7 milhões. Na mesma ocasião, o governador anunciou outros R$ 20 milhões para a construção de 250 moradias definitivas.

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