Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2021
Nome seria indicado por Davi Alcolumbre e iria para um dos aliados do governo no Senado
Foto: Marcello Casal Jr./ABrO governo ofereceu uma vaga de ministro para aliados no Senado e discute recriar o Ministério do Planejamento, hoje sob o guarda-chuva do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ao assumir o Planalto, em 2019, o presidente Jair Bolsonaro juntou a pasta da Fazenda com Planejamento, Emprego e Indústria, Comércio Exterior e Serviços, alçando Guedes a uma função de “superministro”.
A recriação do ministério diminuiria o poder de Guedes no governo e teria potencial para retomar divergências históricas entre as áreas da Fazenda e do Planejamento. Procurados, o Planalto e o Ministério da Economia não comentaram.
O senador Otto Alencar (PSD-BA) citou a discussão feita nos bastidores do Senado. O parlamentar é indicado para presidir a CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) nos próximos dois anos. “É provável que se recrie o Ministério do Planejamento, que venha alguém que possa planejar o Brasil e estabeleça as metas que o País tem para alcançar e seguir. Qual é a meta que o Bolsonaro estabeleceu no governo dele até agora? Absolutamente nenhuma”, afirmou.
Na equipe de Guedes, a ofensiva é vista como mais uma das “10 tentativas” já travadas desde o início do governo para dividir o Ministério da Economia. Otto chegou a pedir uma audiência com Guedes para tratar do assunto.
Integrantes da equipe econômica sustentam que a ideia é ignorar essas pressões e que o Ministério da Economia não está no grupo de “fatiamento” de cargos para o Centrão. Além das cadeiras de ministro da Cidadania e de Minas e Energia, parlamentares estão de olho no Ministério do Desenvolvimento Regional, de Rogério Marinho, que deve concorrer a uma vaga no Senado em 2022.
A reforma ministerial é estudada no Palácio do Planalto após a eleição dos novos presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
No Congresso, porém, há pressão para Bolsonaro esvaziar o poder de Guedes e abrir espaço para indicados de parlamentares. Historicamente, a pasta do Planejamento sempre foi responsável por elaborar o Orçamento e executar as atividades técnicas da equipe econômica. Ao Ministério da Fazenda, cabia cuidar da política econômica de curto prazo, do equilíbrio das contas públicas e da eficácia do sistema tributário, entre outras medidas.