Por Redação O Sul | 11 de junho de 2015
Foi publicado nesta quarta-feira (10), pelo governo federal, um edital cuja finalidade é convocar interessados em propor estudos a fim de determinar qual será o modelo de concessão do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre. Segundo a publicação, está prevista a exploração do terminal aeroportuário por um período mínimo de 30 anos.
Os responsáveis pelos projetos têm 90 dias para elaborar documentos determinando um cronograma para execução das obras, além de projetar receitas, despesas e a demanda de passageiros no terminal. Também é possível avaliar a possibilidade do tempo de outorga ser estendido ou diminuído.
A concessão do Salgado Filho está dentro da segunda etapa do PIL (Programa de Investimento em Logística), anunciado na terça-feira (09) pela presidenta Dilma Rousseff, cujo valor total é estimado em 198,4 bilhões de reais, incluindo obras em ferrovias (86 bilhões de reais), rodovias (66 bilhões de reais), portos (37 bilhões de reais) e aeroportos (9 bilhões de reais). A intenção do governo é que todas as outorgas, que somam cerca de 150, comecem na atual gestão.
O plano sobre o terminal, nono no ranking de movimentação no País e primeiro na Região Sul, prevê investimentos na ordem de 2,5 bilhões de reais e obras de ampliação da pista, do pátio e do terminal de passageiros. Só em 2014, passaram pelo local 8,4 milhões de passageiros. A Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) será sócia da firma vencedora do leilão na administração do aeroporto.
No total, o Rio Grande do Sul receberá investimentos de 5,7 bilhões de reais nos próximos anos com a concessão do Salgado Filho e também de estradas federais. O PIL reúne, em um só contrato, as BRs 101, 116, 290 e 386, que, somadas, totalizam 581 quilômetros e deverão ter um aporte de 3,2 bilhões de reais.
Infraero
A Infraero pode chegar ao final da nova rodada de leilões de aeroportos com menos da metade dos funcionários que tem atualmente, informou nesta quarta-feira o ministro da Secretaria de Aviação Civil, Eliseu Padilha.
Atualmente, o órgão conta com cerca de 12,4 mil servidores, não incluindo nisso os comissionados. Conforme Padilha, após o leilão dos aeroportos de Porto Alegre, Florianópolis (SC), Fortaleza (CE) e Salvador (BA), previsto para 2016, a estatal precisará desligar mais trabalhadores, chegando ao final do processo com algo entre 5 mil e 6 mil funcionários.
“Quando a gente tiver o leilão desses novos aeroportos, talvez a gente consiga operar com 5 mil e pouco, 6 mil [servidores]”, declarou o ministro no decorrer de uma audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A Infraero vive um processo de enxugamento desde 2012, após as primeiras concessões no setor feitas por Dilma, que entregou à iniciativa privada os aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília, em um primeiro momento, e Confins (MG) e Santos Dumont (RJ), em um segundo.
Em dezembro de 2012, a estatal tinha 14.247 servidores. Após os primeiros leilões, foi aberto um PDV (programa de demissão voluntária). Segundo o órgão, 2.535 aderiram e, até o momento, 1.221 foram desligados.
A meta atual do governo é reduzir o quadro da estatal em 2.615 trabalhadores. Para tanto, é preciso liberação de recursos, já que é oferecido um prêmio para quem adere ao PDV. Uma parte dos funcionários que atuava nos terminais leiloados também se transferiu para as concessionárias. De acordo com Padilha, a expectativa é que isso também aconteça após os novos leilões.
