A Secretaria da Saúde (SES) confirmou nesta quinta-feira (18) as recomendações para a vacinação de reforço contra o coronavírus na população acima dos 18 anos. Após os cinco meses de intervalo desde a segunda dose, devem seguir sendo priorizados os idosos, trabalhadores da saúde e imunodeprimidos para essa dose adicional. A ampliação para menores de 60 anos deve priorizar aqueles com maior risco, como as pessoas com comorbidades, abrindo aos demais conforme disponibilidade de doses.
A secretária Arita Bergmann destacou que o limitador da oferta neste momento é o fato de que ainda não foram entregues pelo Ministério da Saúde doses específicas para o reforço das pessoas de 18 aos 59 anos. Por isso, apesar da liberação do uso nessas idades, os municípios devem ter como foco aqueles que têm maior risco, como as pessoas com comorbidades, indígenas, quilombolas, ribeirinhos, população em situação de rua, pessoas com deficiência, população privada de liberdade e funcionários do sistema prisional. Cerca de 339 mil pessoas (entre 18 e 59 anos) que se enquadram nesses casos acima fecharão o intervalo de cinco meses até o final de dezembro.
Em paralelo e de acordo com a disponibilidade de doses no município, as demais pessoas acima de 18 anos e que completaram os cinco meses de intervalo desde a segunda dose também podem fazer a dose de reforço. O acordo foi firmado com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde do Rio Grande do Sul (Cosems/RS).
Conforme a secretária adjunta Ana Costa, “os cinco meses de intervalo serão o balizador para a dose de reforço, um critério mínimo que será exigido”. Ela reforça a necessidade de haver por parte dos municípios um chamamento específico para essas populações de maior risco de desenvolver casos graves e evoluir ao óbito por Covid-19. “Temos entre o total de pessoas que já completaram os cinco meses, algumas que necessitam maior atenção, muitos precisam inclusive ser procurados em busca ativa, como os indígenas e quilombolas”, exemplifica.
Maicom Lemos, presidente do Cosems/RS, defendeu atuar para priorizar os públicos estratégicos, como idosos acima de 60 anos e com comorbidades. “Estamos construindo o melhor encaminhamento para que a população gaúcha já habilitada para a dose de reforço possa receber a vacina”.
Doses em atraso
Outro ponto discutido com os gestores municipais foi o alto número de pessoas com doses em atraso. Quase um milhão de pessoas já poderiam ter feito o reforço e não fizeram, considerando apenas os grupos que já vinham sendo contemplados (idosos, trabalhadores da saúde e imunodeprimidos).
Há ainda cerca de 870 mil pessoas com a segunda dose em atraso. Entre esses, a maioria é formada por pessoas do sexo masculino e na faixa etária dos adultos jovens.