Segunda-feira, 18 de novembro de 2024
Por Cláudio Humberto | 24 de janeiro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, selou voto de silêncio sobre as negociações com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), sobre a medida provisória que quer punir os setores que mais empregam no país com a taxação da folha de pagamento. O “plano b” em análise pela equipe econômica é uma reoneração escalonada com prazo maior do que o defendido publicamente por Haddad, 2027, fala-se em 2029.
Pra ontem
O ministro insiste que, ainda que suavize a reoneração com o prazo maior, a cobrança precisa começar imediatamente.
Ninguém quer
Mesmo com a chance de flexibilizar o prazo da oneração, os sinais que Haddad recebeu de Pacheco e de Lira foram pela rejeição do tema.
Planalto sem votos
O ministro foi informado que Câmara e Senado até topam discutir uma forma de compensação, mas a volta da tributação não passa.
Sanha arrecadatória
Alternativa posta à mesa por Pacheco é taxação de compras até US$50. Aprovada, a medida pode injetar quase R$3 bilhões no cofre federal.
Para Jordy, operação é “recado para a oposição”
O líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Carlos Jordy (PL-RJ), disse acreditar que a operação da Polícia Federal em sua casa servirá para “dar um recado” a opositores do governo Lula (PT). “Se eles estão fazendo com o líder da oposição na Câmara, podem fazer com qualquer um”, disse à coluna o deputado federal, que também acredita que outro propósito é a pesca probatória; “buscar qualquer coisa que possa gerar outras suspeitas” para “alcançar outras pessoas da oposição”.
Legitimidade
Jordy acredita que a operação também pode servir como “justificativa” para “dar legalidade” a ações do STF e do ministro Alexandre de Moraes.
Novo foro
O deputado diz que o STF tem condenado cidadãos comuns, sem foro privilegiado, mas “agora que há um deputado investigado…”.
Motivação política?
Senadores como Carlos Portinho (PL-RJ) repudiaram a ação da PF a pedido do STF e questionam a separação dos poderes.
Outro “inocente” da Lava-Jato
Deltan Dallagnol lembrou que Domingos Brazão, apontado na delação de Ronnie Lessa como mandante do assassinato de Marielle Franco, foi preso pela Lava-Jato em 2017, mas foi solto. A morte ocorreu em 2018.
Sem resposta
Após suposta delação apontar o mandante da morte de Marielle Franco, o estadual Bruno Engler (PL-MG) fez um incômodo questionamento: “Será que o Adélio Bispo faz uma delação premiada também?”.
Repercussão
Possível desfecho sobre o crime que vitimou Marielle Franco movimentou as redes sociais. No X, antigo Twitter, um dos assuntos mais comentados foi #QuemMandouMatarBolsonaro.
Operação abafa
Messias Donato (Rep-ES) vê tentativa de abafar criminosa fala de José Genoíno, ex-presidente do PT, contra judeus. “Não há alardes, inquéritos, investigação e nem punição”, lamentou o deputado.
Pedala, Pacheco
Após ser alvo de batida da PF, o líder da oposição, deputado Carlos Jordy (PL-RJ), não mandou recado e cobrou o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG): “precisa se posicionar com urgência”.
Ministro na mira
Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) está com ofício pronto para pedir a convocação de Fernando Haddad, após justificativas para cortar a isenção fiscal a pastores. O deputado chamou tudo de fake news.
Perde pro Neymar
Jamie Dimon, CEO do maior banco do mundo, o JP Morgan Chase, recebeu um aumento de 4,3% em 2023. Seu salário passou a US$36 milhões por ano, equivalentes a cerca de R$180 milhões.
Trocas na Justiça
No encontro de Ricardo Lewandowski com Flávio Dino, o novo ministro da Justiça deu garantias que não há “caça às bruxas”, mas o secretário-executivo Ricardo Capelli deve mesmo sair da pasta.
Pensando bem…
…de repente o interesse pelo mandante acabou.
PODER SEM PUDOR
Um vovô esperto
Paulo Maluf não entregava os pontos nem quando sofria derrota. Em 1990, após perder a disputa pelo governo de São Paulo, ele recebeu os repórteres que cobriram sua campanha para uma bem-humorada entrevista. Depois propôs uma foto com todos. Uma repórter, conhecida militante do PT, ficou injuriada com o beijo que Maluf aplicou-lhe na bochecha. Ele brincou: “O que é isso, minha filha? Eu sou apenas um vovô. Eu até já estou meio…” parou no meio da frase, olhou para os lados e gargalhou, avisando: “…não, não estou, não!”
(Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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