Terça-feira, 22 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de março de 2017
O programa de concessões do governo Michel Temer tem nesta quinta-feira (16) o seu primeiro grande teste com o leilão dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Florianópolis. O leilão começa às 10h30min na sede da BM&FBovespa, em São Paulo.
Juntos, os quatro aeroportos devem receber R$ 6,613 bilhões em investimentos. Entre as obras que os concessionários terão que fazer estão reformas e ampliações de terminais de passageiros. O prazo para a entrega das propostas terminou na segunda-feira (13). Pelos menos três grupos entregaram: a francesa Vinci Airports, a suíça Zurich e a alemã Fraport.
Outra diferença é que esses leilões ocorrem em meio à crise econômica e política, que ainda deixa desconfiados os investidores estrangeiros. Apesar disso, o ministro dos Transportes, Maurício Quintella, disse que o governo está confiante no sucesso do leilão.
Apesar da postura otimista, o governo admite que a disputa pelos quatro aeroportos não será tão alta quanto nos leilões anteriores. Isso significa que não vão se repetir os altos ágios e a arrecadação com as propostas dos grupos será mais baixa agora.
Além da economia, a baixa competição também é reflexo da crise enfrentada pelas grandes empreiteiras do País, alvos da Lava-Jato. Protagonistas nos leilões anteriores, dessa vez essas empresas estarão ausentes.
Concorrência
O secretário especial da Secretaria do Programa de Parcerias de Investimentos, Adalberto Vasconcelos, afirmou que espera propostas para os quatro aeroportos, mas que não devem haver grandes ágios (diferença entre o lance mínimo fixado pelo governo e a oferta do grupo vencedor). “A nossa expectativa é que vai ter concorrência para os quatro aeroportos. O momento é adequado para o Brasil, que começa a dar sinais claros de recuperação econômica”, avaliou Vasconcelos.
O secretário destacou que um dos pontos que deve influenciar o valor do ágio é a redução da demanda por voos no Brasil em 2016, reflexo da crise. Nos quatro aeroportos que vão a leilão, o movimento caiu 11% no ano passado, na comparação com 2015, o que equivale à perda de 3,024 milhões de passageiros. Vasconcelos, porém, minimizou a importância do ágio para o sucesso do leilão.
Ele apontou a dificuldade dos atuais concessionários, que ofereceram ágios altos, para pagar suas outorgas (valor devido ao governo pela concessão). O governo chegou a permitir que esses concessionários adiassem o depósito das parcelas anuais das outorgas. A situação mais delicada é a da concessionária do aeroporto do Galeão.
Como será o leilão: