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Brasil busca importação de arroz para conter especulação de preços devido as perdas no Rio Grande do Sul

O Rio Grande do Sul é o principal produtor do alimento no País. (Foto: Reprodução)

O governo federal liberou a compra de 1 milhão de toneladas de arroz após produtores do Rio Grande do Sul perderem parte da produção em razão da inundação histórica que aflige o Estado. A informação foi repassada por  Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária.

A medida provisória que autoriza a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), empresa pública brasileira, a fazer a compra.

Na terça, Fávaro disse que o arroz deve ser comprado de produtores do Mercosul. “É arroz pronto para consumo, já descascado, para não afetar a relação de produtores, cerealistas e atacadistas.”

A Conab é uma empresa estatal que tem como função auxiliar o governo federal na tomada de decisões sobre políticas agrícolas.

Uma das áreas de atuação da Conab é a regulação do abastecimento interno por meio do estoque de produtos, como o arroz, evitando a oscilação dos preços.

“[A liberação] não significa que se vai comprar 1 milhão de toneladas, porque como eu disse, o Brasil e praticamente autossuficiente. Não queremos concorrer, abaixar o preço dos produtores, mas não podemos deixar também haver desabastecimento e subirem os preços nas gôndolas dos supermercados.”

O ministro disse ainda que as consequências da calamidade no Rio Grande do Sul podem afetar o resto do Brasil “pela quantidade produzida pelo RS de 70% da demanda brasileira”.

A expectativa era de que o RS contribuísse com 7,5 milhões de toneladas nesta safra, mas 800 mil toneladas podem estar agora debaixo d’água. Antes da tragédia, 80% do arroz do Estado já tinha sido colhido. Mas alguns silos onde a produção está armazenada também foram atingidos pelas enchentes. Além disso, o Estado está com problemas para transportar o arroz que já foi colhido após destruição de estradas.

Perdas

As cerca de 114 mil toneladas de arroz perdidas nas enchentes correspondem a uma área plantada que está há dias submersa pelas águas: um total de 22,9 mil hectares, localizados na região Central do Estado.

“Esses estão totalmente perdidos, não tem mais jeito de recuperar”, explica a diretora técnica do Irga Flávia Tomita.

Não entraram na conta, porém, 17,9 mil hectares que estão parcialmente submersos pelas águas. “Dessas áreas, vão, provavelmente, sair alguma coisa, mas a gente não sabe o quanto. Nós preferimos tirar da conta porque ainda não termos certeza”, destaca.

A área de arroz que ainda falta colher e que não foi atingida por enchentes corresponde a 101,3 mil hectares.

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