Quinta-feira, 14 de novembro de 2024
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2024
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva traça estratégias para se aproximar da bancada evangélica. O Palácio do Planalto considera até convidar um nome do segmento para comandar um ministério.
Entre os nomes cogitados estão o de Benedita da Silva, deputada federal pelo PT do Rio de Janeiro que é uma das principais lideranças evangélicas do partido e já foi ministra de Lula entre 2003 e 2004.
Outro nome citado é de Eliziane Gama, senadora pelo PSD do Maranhão. Na terça-feira (12), ela, inclusive, viajou com o ministro da casa civil, Rui Costa para o Maranhão. Apesar de ter o apoio maior entre os evangélicos, a atuação dela na CPI da Covid incomodou alguns grupos religiosos.
A reforma ministerial aconteceria apenas em fevereiro de 2025, mas o nome dessas personagens já sofrem algumas resistências.
Outros nomes cotados
Outro nome mencionado é Jorge Messias, atual advogado-geral da União, também vinculado ao grupo evangélico ele participou da Marcha Para Jesus, em São Paulo, no lugar do presidente Lula.
O governo também tem se aproximado de nomes mais distantes, como Silas Câmara, deputado federal pelo Republicanos do Amazonas, e coordenador da bancada evangélica no Congresso Nacional. Otoni de Paula, deputado federal pelo MDB do Rio de Janeiro e ex-aliado de Bolsonaro, também tem ganhado destaque após um evento no Planalto no mês passado, onde orou com o presidente Lula.
São citados ainda o nome da vereadora de Goiânia, Bebê Ava Santiago (PSDB), que já se reuniu com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e tem se mostrado importante para a conexão com o público evangélico jovem.
Popularidade
A queda de oito pontos percentuais na popularidade do governo desde janeiro adiciona ainda mais pressão para que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faça uma reforma ministerial, afirmaram à revista Exame auxiliares do chefe do Executivo. A avaliação interna entre auxiliares de Lula é a de que o governo precisa dar um “cavalo de pau” na articulação política, na comunicação e atrair tanto o Centrão quanto os evangélicos para as bases de apoio.
A avaliação interna é de que essas mudanças serão necessárias para pavimentar o caminho de Lula para a reeleição em 2026. A leitura até aqui é de que esse processo não será fácil e, além de se reaproximar do Centrão, o governo terá de entregar resultados positivos nas políticas públicas voltadas para a classe média, sem deixar de assistir os eleitores mais carentes.
Por isso, além de cortar gastos, Lula quer aumentar a isenção de Imposto de Renda para trabalhadores com renda de até R$ 5.000, estuda apoiar o fim da jornada de trabalho de seis dias de trabalho e um de descanso, além de cortar benefícios fiscais dos empresários.
A avaliação entre os auxiliares de que é os antigos programas sociais, como o Bolsa Família, não têm efeito eleitoral como no passado. Com o eleitorado já acostumado com esses benefícios, o governo Lula 3 ainda não tem uma marca. Com isso, será necessário maior aproximação com partidos de centro para viabilizar a reeleição de Lula.
Nesse contexto, o deputado federal e presidente do Republicanos, Marcos Pereira (SP), é cotado para assumir uma pasta na Esplanada dos Ministérios. O partido é o braço político da Igreja Universal e Pereira se reaproximou do Planalto no processo de negociação para se viabilizar para a presidência da Câmara dos Deputados. Com a desistência, que abriu espaço para a candidatura de Hugo Motta (Republicanos-PB), a legenda deve ganhar mais espaço no governo.
Auxiliares de Lula avaliam que Pereira se encaixa no perfil de representante dos evangélicos e ainda tem forte controle do partido, o que favorece uma maior fidelidade da bancada ao governo.
Segundo auxiliares de Lula, o interesse do partido, de Pereira e da Universal é no Ministério das Comunicações, responsável pelo processo de concessões e renovações de rádios e TVs no Brasil.
Caso assuma a pasta, o Republicanos terá um pé no governo petista e outro no governo de São Paulo, de Tarcísio de Freitas (Republicanos). “Nos Estados Unidos isso seria impensável, mas no Brasil é normal”, resumiu um assessor do presidente da República. As informações são do portal de notícias G1 e da revista Exame.