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Governo paga quase R$ 9 milhões por ano aos 25 militares indiciados pela Polícia Federal

Salário dos militares indiciados vai de R$ 10.027 a R$ 37.988,22; a maioria deles (21 militares) ganha acima de R$ 20 mil. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O governo federal gasta ao menos R$ 8,775 milhões por ano com os 25 militares que foram indiciados pela Polícia Federal, acusados de tentativa de golpe de Estado durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O salário dos militares indiciados vai de R$ 10.027 a R$ 37.988,22, segundo os dados registrados no Portal da Transparência, do governo federal. A maioria deles (21 militares) ganha acima de R$ 20 mil. Por mês, a remuneração dos 25 militares indiciados – da ativa e da reserva – soma R$ 675 mil.

O maior salário desse grupo é o do general da reserva Estevam Cals Theóphilo Gaspar, ex-chefe do Comando de Operações Terrestres do Exército, que teria concordado com um golpe militar, com a participação das Forças Especiais do Exército. O segundo maior salário, de R$ 36,5 mil, é do general da reserva e ex-ministro do governo Bolsonaro Augusto Heleno, que teria atuado para dar um golpe de Estado, segundo a PF.

Com salário de R$ 35,9 mil, o almirante Almir Garnier Santos participou de reunião com Bolsonaro para discutir a minuta do golpe. Idealizador do plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o general da reserva Mário Fernandes tem remuneração mensal de R$ 33,2 mil.

Tenente-coronel do Exército, Helio Ferreira Lima, com salário mensal de R$ 27,4 mil teria participado de ações para contestar as urnas eletrônicas e também teria participado do planejamento do golpe de Estado, de acordo com as investigações da PF. Pela primeira vez, militares de alta patente, como os generais Walter Braga Netto e Augusto Heleno, foram indiciados por tentativa de golpe no País.

No total, a PF indiciou 37 pessoas pelos crimes de tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. Entre elas, está o ex-presidente Bolsonaro.

Segundo a Polícia Federal, durante a gestão de Bolsonaro havia uma “organização criminosa” que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manter o então presidente no poder, e que elaborou um plano para matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice eleito, Geraldo Alckmin, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), no fim de 2022, antes da posse do petista.

Na quinta-feira (21), a PF encerrou as investigações sobre o suposto plano golpista para evitar a posse de Lula, e enviou o relatório ao ministro Alexandre de Moraes. O magistrado deve enviar o documento à Procuradoria-Geral da República, que vai avaliar se oferecerá denúncia, pedir arquivamento do caso ou solicitará novas diligências.

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