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Economia Governo pensa em aumentar o percentual da mistura de etanol na gasolina dos atuais 27,5% para 30% e aliviar preços

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Setor garante já ter capacidade produtiva para absorver a demanda adicional. (Foto: Divulgação)

Em meio aos testes realizados no Brasil para aumentar o percentual de mistura do etanol, dos atuais 27,5% para 30%, na gasolina, o setor sucroenergético calcula que a mudança poderia baratear o preço do combustível derivado de petróleo no país. A alteração é prevista na Lei Combustível do Futuro (14.993/ 2024) e, caso aprovada, deve representar um aumento de 1,3 bilhão de litros na produção do biocombustível no Brasil.

O cálculo é feito levando em consideração apenas o etanol anidro, mais puro, e utilizado na composição com a gasolina. O etanol hidratado, utilizado para abastecimento dos veículos nos postos, não entra na conta. O presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig Bioenergia), Mário Campos, afirma que a possibilidade de queda no valor pago pelos motoristas se dá em função da carga tributária menor sobre o etanol anidro, em comparação à gasolina pura.

“E aí nós estamos falando da carga tributária federal, do PIS e Cofins, e na gasolina tipo A ainda tem a Cide, que no etanol não tem. Então, o balanço para o consumidor é positivo”, contabiliza. Campos destaca, entretanto, que há uma possibilidade, a depender das especificações do motor de cada veículo, de um crescimento do consumo com o aumento da mistura de etanol sobre o produto.

“Você vai ter sim um menor rendimento, essa variação vai ser pouco perceptível e vai ser definida em testes de consumo. Mas você tem um aumento de consumo, que vai ser compensado por uma redução de preço”, frisa o presidente da Siamig.

Com a previsão de expansão de 1,3 bilhão de litros na produção de etanol anidro, Mário Campos garante que o setor já tem capacidade produtiva para absorver a demanda adicional.

O Brasil vivencia um crescimento da produção do biocombustível a partir do milho, no Centro-Oeste do Brasil, se juntando ao produto derivado da cana-de-açúcar. Na safra de 2023/2024, a produção a partir do milho representou 18,7% do volume total de etanol no país, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (ÚNICA).

“Não há nenhum tipo de perigo, o governo só vai estabelecer essa mistura desde que tenha viabilidade técnica e desde que tenha oferta do produto para assimilar esse aumento de demanda. Mas para os 30% temos um conforto muito grande, porque temos uma perspectiva de aumento da oferta do produto”, complementa.

Testes

Os testes de aumento da mistura de etanol à gasolina são realizados pelo Instituto Mauá de Tecnologia, escolhido pelo Ministério de Minas e Energia. A fase para avaliações é realizada em janeiro e fevereiro e vai analisar aspectos como emissões de gases poluentes e impactos técnicos em veículos de diferentes anos e tecnologias.

De acordo com o chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, Renato Romio, o objetivo é garantir que a mudança na composição da gasolina não traga impactos mecânicos aos automóveis. Os resultados preliminares serão entregues ao Ministério de Minas e Energia ainda no primeiro trimestre de 2025. As informações serão utilizadas para subsidiar o estudo de impacto regulatório.

Nesta etapa, sobretudo, os testes avaliam se os carros terão reações à mistura na ordem de 30%, mas que poderá chegar a 32%. Apenas carros com combustão a gasolina participam da fase, como o Gol fabricado em 1993, o Uno Mille e o Corolla fabricados em 2003 e 2006, e o BYD GWM, modelo mais recente. “A ideia é fazer primeiro um teste em pista, utilizando a gasolina E32, vamos testar em um limite superior, porque a legislação admite essa variação de 29% a 32%.

“Você utilizar um veículo a etanol, você tem imensas vantagens em relação à parte ambiental. É possível ter uma redução da emissão de gases de efeito estufa, que a outra alternativa seria utilizar veículos elétricos, que é o caso da Europa”, explica Renato. “Se você pegar um veículo a etanol, híbrido, é uma tecnologia extremamente eficiente, recente, e que funciona muito bem com uma vantagem: não precisa ter uma rede de abastecimento de tomadas e o veículo não desvaloriza porque a bateria ficou velha”, exemplifica.

Opinião contrária

Na contramão do que diz o setor sucroenergético, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Minas Gerais (Minaspetro) vê espaço para preços mais altos sobre a gasolina com um índice maior de etanol. Em nota, a entidade afirmou que o anidro representa cerca de 14% do valor final da gasolina na bomba.

“O preço da produção de etanol pode aumentar devido ao crescimento da demanda. Para se ter uma ideia, o valor por litro do anidro, subiu, em 2024, 41,5%, saindo de R$ 2,12 para R$ 3,00”, disse o sindicato, também reforçando a possibilidade de consumo maior nos veículos. “Além de estar comercializando um combustível que irá render menos no veículo do cliente, por se tratar de uma gasolina “menos pura”, a preocupação do Minaspetro é no âmbito comercial da produção”, salienta.

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