Depois do sucesso da liberação do saldo das contas inativas do FGTS, uma rara medida anunciada pelo presidente Michel Temer e considerada positiva em pesquisas de opinião, vem aí mais uma série ações voltadas para “desafogar” a classe média enquanto a recuperação de fato da economia não vem.
Além da ampliação da renda que poderá ser atendida pelo “Minha Casa, Minha Vida”, o governo prepara o anúncio de um alongamento das dívidas de quem contraiu empréstimo consignado e não está conseguindo pagar. Devem ser beneficiados não só aqueles que perderam o emprego, e o pacote valerá para bancos públicos e privados.
A avaliação da equipe econômica do governo é de que, no tempo que resta ao peemedebista, não será possível entregar uma retomada da atividade econômica e do emprego significativas, nem obras e concessões de relevo. A conta é que resta pouco mais de um ano para Temer definir seu legado, porque a partir de abril o calendário eleitoral engolfará o governo. Até lá, tem de aprovar as reformas, que vão cobrar um preço em desgaste e popularidade. E sobreviver aos solavancos da Operação Lava-Jato.
Então, a ordem é apostar no micro, em todas as frentes. Assim como nas medidas para a classe média, na infraestrutura o governo vai reembalar pequenas concessões de rodovias e serviços que não necessitam de vultosos investimentos – uma vez que as grandes empreiteiras estão fora de combate pós-petrolão. (AE)