Quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 18 de fevereiro de 2025
A queda abrupta nos índices de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve elevar a pressão do Congresso e dos partidos para que o petista retire da gaveta a tão prometida reforma ministerial. Esse é o prognóstico feito, nos bastidores, por ministros e outros interlocutores de Lula, depois que o instituto Datafolha mostrou que a avaliação positiva do governo caiu 11 pontos percentuais em dois meses e chegou a 24%. É o pior desempenho para o petista em seus três mandatos presidenciais.
Lula, no entanto, ainda não deu sinais claros sobre quando pretende trocar ministros, a dimensão da reforma ou que cargos estão em jogo. Segundo interlocutores, ele ainda está “pensando” nas mudanças que pretende fazer.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, alguns ministros já disseram diretamente ao presidente da República que ele não pode “perder o timing” da reforma. Esses interlocutores defendem, inclusive, que Lula abra um espaço na sua agenda o quanto antes para receber presidentes de partidos como MDB, PSD e Republicanos, entre outros, a fim de negociar possíveis mudanças nos ministérios.
Uma parte do governo argumenta que, quanto mais Lula demorar para tomar uma decisão, maior será a pressão do Congresso por cargos e espaços na gestão federal. Ou seja, a lentidão do presidente pode deixar “a fatura mais cara” nas negociações com o Legislativo. Mas nenhuma mexida na Esplanada ocorrerá antes desses encontros com os presidentes das legendas a base.
Lula foi informado da queda em sua aprovação no Datafolha no avião presidencial, ao retornar a Brasília de uma viagem ao Pará, na sexta-feira (14). Concordou com a avaliação de alguns ministros, que se sentaram ao seu lado, de que o governo precisava “reagir”. Mas não externou para ninguém em que termos se daria essa reação.
Ainda que as fontes admitam a possibilidade de Lula ter que acelerar a reforma na Esplanada, a mensagem interna é que não deve haver um “cavalo de pau” na economia ou promova mudanças de grande impacto em sua equipe.
Neste sentido, dizem pessoas próximas ao presidente, permanece a expectativa de que a reforma ministerial seja “pontual”. Cargos estratégicos, como Fazenda e Casa Civil, onde estão os ministros Fernando Haddad e Rui Costa, não deverão sofrer alterações. As informações são do jornal Valor Econômico.