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Brasil Governo quer usar crise na Fifa para esvaziar a CBF

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Na quinta-feira, a fachada da sede da confederação no Rio de Janeiro foi vista sem o nome de José Maria Marin, preso em Genebra, na Suíça. (Foto: Ariel Subirá/Folhapress)

O Palácio do Planalto pretende tirar proveito da crise da Fifa (entidade máxima do futebol) para minar o poder da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). O envolvimento do ex-­presidente da entidade José Maria Marin e do empresário José Hawilla, com profunda ligação com a administração da CBF desde a época em que era comandada por Ricardo Teixeira, foi percebido imediatamente como grande oportunidade de enfraquecer a confederação, ainda mais em uma época de verdadeira queda de braço devido à MP (medida provisória) do refinanciamento da dívida fiscal dos clubes.

É por aí, aliás, que o Planalto pretende atacar. O texto da MP 671 está em apreciação no Congresso e a CBF estava jogando pesado, com apoio de parlamentares da chamada bancada da bola, para alterar artigos que não são de seu interesse, mas que o governo considera fundamentais para instituir boas práticas de gestão no futebol brasileiro. A entidade é radicalmente contra, por exemplo, a criação da liga de clubes, possibilidade estabelecida pela MP, e tentava de todas as maneiras eliminar esse “risco” do texto.

Agora, com a CBF nas cordas, e com seus apoiadores no Parlamento constrangidos pelas denúncias que levaram Marin inclusive à prisão na Suíça, a mobilização do governo é para que não só a criação da liga seja aprovada como uma das contrapartidas para o refinanciamento da dívida dos clubes ser efetivada, como outros itens contestados pela CBF – com apoio em geral dos próprios clubes – sejam aprovados.

Oposição
A entidade presidida por Marco Polo Del Nero se opõe à liga, entre outros motivos, porque dessa maneira deixaria de administrar e promover o Campeonato Brasileiro, a mais rentável competição do futebol nacional. Mas manteria a atribuição de cuidar da Seleção Brasileira, como faz a maioria das confederações mundo afora. São os contratos ligados à equipe que proporcionam à CBF o grosso de seu faturamento.

Além da liga, outro item do texto da MP 671 que a presidenta Dilma Rousseff encaminhou em março ao Congresso e tira o sono dos cartolas da confederação é o que estabelece limites para a manutenção de um dirigente no poder. O texto propõe mandato de quatro anos, com direito a uma reeleição. Isso passaria a valer também para os clubes.

Sociedade particular
A entidade é contra. Defende a tese de que, por ser uma sociedade particular, são seus membros que devem deliberar sobre os mandatos de seus dirigentes. Direito a voto dos atletas em órgãos colegiados dos clubes e a criação da Autoridade Pública de Governança do Futebol, que fiscalizará a implantação das medidas, também desagradam à CBF.

CPI
No entanto, agora o governo, que para elaborar a MP ouviu vários seguimentos, entre eles o dos atletas, acredita ser possível aprovar o texto sem grandes alterações. Nesta semana, a discussão prosseguirá no Congresso e a CBF, além de estar em posição desfavorável, terá de dividir o foco com uma outra preocupação: a CPI que a investigará. Também precisará ter a atenção voltada para possíveis novas denúncias em âmbito internacional. E o governo pretende aproveitar a ocasião.

Blatter
O suíço Joseph Blatter foi reeleito presidente da Fifa na sexta-feira. Irritado na primeira entrevista à imprensa desde que eclodiu o recente escândalo de corrupção no futebol, o presidente da entidade disse que a ação do FBI (a polícia federal dos EUA) foi uma revanche pelo fato de o país norte-americano ter perdido a sede da Copa do Mundo de 2022 para o Qatar. Questionado se teme ser preso, Blatter respondeu: “Preso por quê?”.

(Daniel Carvalho e Rafael Moraes Moura/AE)

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https://www.osul.com.br/governo-quer-usar-crise-na-fifa-para-esvaziar-a-cbf/ Governo quer usar crise na Fifa para esvaziar a CBF 2015-05-31
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