Apesar de já não alimentar expectativa de recompor boas relações com a Câmara, o governo acredita que uma pauta focada na melhoria do ambiente de investimento empresarial no País é a única que pode permitir ao Planalto sobreviver até o fim do ano legislativo sem derrotas mais significativas. A articulação política de Dilma Rousseff conta com a ascendência do setor privado sobre o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para estabelecer pontos mínimos de convergência.
Enquanto o governo assopra, o PT morde: Cunha será alvo dos protestos dessa quinta-feira, organizado por movimentos sociais e sindicatos, com o apoio do partido. Em contraponto às manifestações ocorridas no domingo, que pediram a saída da presidenta, os militantes levarão cartazes com dizeres como “fora Cunha”.
Querem mostrar que, no dia 16, “quando bradavam contra a corrupção, as pessoas se esqueceram do presidente da Câmara, que já apareceu nas investigações da Lava-Jato”. A declaração foi feita por um dos organizadores dos atos.
Pedido negado
Relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Teori Zavascki negou pedido de Cunha para enviar à corte ação que tramita na Justiça do Paraná, na qual o lobista Júlio Camargo citou o pagamento de 5 milhões de dólares em propina ao peemedebista. A defesa do presidente da Câmara enviou ao STF reclamação solicitando que a ação fosse analisada pelo tribunal.
No pedido, afirmou que o juiz Sérgio Moro, responsável em primeira instância pela Lava-Jato, teria usurpado atribuição da corte ao investigar um parlamentar, que só pode ser alvo de apurações com autorização do STF. A decisão foi publicada nessa quarta-feira. (Folhapress)