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Economia Governo tenta apressar sabatina do novo presidente do Banco Central, mas senadores resistem

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Data indicada por presidentes do Senado e da Comissão de Assuntos Econômicos é na segunda semana de setembro. (Foto: Washington Costa/Ministério da Fazenda)

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), sugeriu a interlocutores do governo que a sabatina do indicado à presidência do Banco Central seja realizada no dia 10 de setembro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo. A proposta foi feita para que Gabriel Galípolo possa se dedicar, no fim desta semana e ao longo da próxima, a reuniões com os parlamentares.

Havia uma articulação do governo para que a sabatina fosse realizada já na próxima terça-feira (3). Cardoso, porém, indicou a preferência pela semana seguinte. Cabe ao senador, no cargo de presidente da CAE, marcar a sabatina de Galípolo na comissão. Somente depois dessa etapa é que a indicação pode ser votada no plenário do Senado.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), sob a chefia de Alexandre Padilha, confirmou no fim da tarde que a data da sabatina no Senado deve ocorrer na semana do dia 9 de setembro. Segundo a assessoria, houve uma sinalização nesse sentido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Em entrevista, Cardoso disse que não haverá “nenhum problema” na sabatina. “Vamos conversar com o líder (do governo no Senado) Jaques Wagner, com o pessoal da Fazenda, com o próprio ministro Fernando Haddad, e, com certeza, não vai ter problema nenhum na sabatina dele (Galípolo)”, disse o senador.

Será a primeira substituição na presidência do BC sob o sistema de mandatos fixos, iniciado em 2021 com a aprovação da lei de autonomia operacional da autarquia. Antes do BC, Galípolo foi secretário executivo do Ministério da Fazenda.

Mercado

Na quarta-feira (28), a confirmação da indicação de Galípolo – que sempre apareceu como o nome mais forte para o lugar de Campos Neto – acabou tendo impacto no mercado. O anúncio deu impulso extra tanto às taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) quanto aos negócios na Bolsa de Valores. O Ibovespa, principal referência da Bolsa, fechou em alta recorde de 0,42%, aos 137,3 mil pontos.

Segundo os analistas, o que pesou em ambos os casos foram as declarações recentes dadas por Galípolo, reforçando que o BC precisa buscar o centro da meta da inflação (de 3%) e dizendo que um aumento da Selic está “na mesa” do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC – que volta a se reunir em setembro. “Daqui até a posse é que as declarações dele farão mais preço”, disse Felipe Castro, sócio da Matriz Capital.

“Visão ampla”

Para o presidente do conselho de administração do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, “Galípolo demonstra ser um homem de visão ampla, preocupado com o bem maior da economia e da Nação”. “E são esses os atributos que o levaram a ser indicado para ocupar a cadeira de presidente do Banco Central.”

Em nota, o presidente do Itaú, Milton Maluhy, disse que Galípolo vai dar continuidade “ao elevado nível técnico e mundialmente relevante que tem marcado a gestão do BC ao longo dos anos”.

Já o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, afirmou que a expectativa é de que não haja grandes mudanças na liderança do BC, mas ele ressaltou que ainda existe certa desconfiança sobre como será o comportamento do BC.

“Temos alguns desacertos em termos de decisões, às vezes temos excesso de falas também. O presidente do BC tem de ter um papel mais comedido, e parece que Galípolo quer colocar um tom mais aberto na comunicação, o que pode ser complicado.”

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https://www.osul.com.br/governo-tenta-apressar-sabatina-do-novo-presidente-do-banco-central-mas-senadores-resistem/ Governo tenta apressar sabatina do novo presidente do Banco Central, mas senadores resistem 2024-08-29
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