Não há entre os aliados do governo quem aposte na manutenção do veto de Lula (PT) para manter uma das regalias da bandidagem, que usa as saídas temporárias ou “saidinhas” para cometer novos crimes. Diante da derrota iminente, o governo escalou Randolfe Rodrigues (AP) para convencer o aliado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) a retirar a votação do veto da pauta da sessão do Congresso prevista para esta semana. O objetivo da jogada é ganhar tempo, ignorando que isso tranca a pauta.
O tempo urge
A pauta ainda não foi fechada, mas líderes de bancada pressionam Pacheco para que o veto seja agendado para esta semana, sem falta.
Pode esperar
Randolfe irá insistir na tecla de que o veto, como foi recente, não tranca a pauta. O governo quer esfriar o clima na Câmara antes da votação.
Desafeto pessoal
O Planalto viu chance de negociar o veto se esvair após tensão entre Arthur Lira (Câmara) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
Chama o reserva
Padilha foi escanteado das negociações do tema na Câmara. A função é tocada pelo líder de Lula, José Guimarães (PT-CE).
Financiamento de ONGs pró-saidinha gera suspeita
Provocou estranheza e suspeitas a presença de representantes de ONGs em Brasília fazendo pressão contra a derrubada do veto de Lula (PT) ao fim das “saidinhas” de detentos por 35 dias anuais. A votação será no Senado, nesta terça-feira (16). Não ficou claro quem financiou a viagem e estadia em Brasília das ONGs, em uma segunda-feira (15) vazia de senadores. Apesar de figuras lombrosianas no ato, não se viu a famosa Dama do Tráfico, recebida no Ministério da Justiça, em 2023.
Desrespeito
O protesto das ONGs é tão desrespeitoso quanto o veto de Lula à decisão democrática no Senado (62×2 votos) e na Câmara (311×98).
Organizadíssimo
Parlamentares de oposição acham que deveria ser investigada a eventual ligação de algumas dessas ONGs com o crime organizado.
Já as vítimas…
Poucos compreendem como ONGs são constituídas para defenderem supostos “direitos dos presos”, negligenciando o amparo a suas vítimas.
Invasão criminosa
Telegrafada, a invasão à Embrapa, em Petrolina, evidenciou a omissão de autoridades, expondo o bem público aos “amigos do alheio”. A invasão criminosa é um aceno ao atraso, um golpe contra a pesquisa.
País sem lei
Alfredo Gaspar (União-AL) criticou as invasões criminosas do “abril vermelho”. Para ele, “desde que este governo assumiu, parece que vivemos em um país sem lei”, avaliou o deputado.
Fundo da gaveta
O deputado Marcel van Hattem (Novo-RS) espera há um mês autorização para visitar na Papuda presos pelo 8 de janeiro. “Até agora, Sua Excelência [Alexandre de Moraes] não se dignou a responder”, diz.
Vergonhoso
A mídia produziu uma de suas mais desonestas criações, acusando a Starlink de Elon Musk, que levou internet de alta velocidade ao povo ribeirinho e às escolas públicas da Amazônia, de “favorecer o crime”. É como culpar o fabricante do carro pelo crime do motorista bêbado.
Caçada
O plenário do Conselho Nacional de Justiça se reúne hoje (16) para deliberar sobre decisão do corregedoria de Justiça, que afastou magistrados com atuação na Lava Jato, punindo a corrupção política.
Coincidências
Polícia Federal descobriu e destruiu cerca de 70 mil pés de maconha em Abará. O município é governado pelo petista Fernando Tolentino e fica na caótica Bahia, também governada por um petista, Jerônimo Rodrigues.
Desdobramento
Vigora a partir desta terça (16) o desdobramento de ações do Banco do Brasil, tornando-as mais acessíveis a pequenos investidores. Cada ação que ontem fechou ao preço de R$56,31 valerá hoje duas de R$28,15.
Cotação recorde
O dólar disparou, atingiu os R$5,21 nesta segunda-feira (15) e fechou em R$5,18. É a maior cotação desde março do ano passado. Falas de Fernando Haddad (Fazenda) sobre a LDO-2025 pressionaram a moeda.
Pensando bem…
…mais uma guerra para o governo petista do Brasil apoiar o lado errado.
PODER SEM PUDOR
Tortura e sacrifício
Jânio Quadros era governador e vivia às turras com o jornal O Estado de S. Paulo, cuja independência não tolerava, nem às insinuações sobre seu apego aos copos. Após negociação, da qual participaram políticos como José Sarney, Jânio fez uma visita ao dono do jornal, Júlio de Mesquita Neto, que logo ofereceu ótimas opções de uísque. Jânio soltou uma lorota: “Mas, doutor Júlio, eu não bebo! Só aprecio leite!” O anfitrião pediu licença, foi à cozinha, arranjou uma enorme caneca, usada para beber chope, e a encheu de leite. Enquanto durou a visita, Jânio não largou o canecão. Disciplinadamente, bebeu tudo. Um litro de leite.
Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos