Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de novembro de 2023
O governo trabalha para tornar impossível aprovar o projeto antes do recesso parlamentar
Foto: Pedro França/Agência SenadoO governo tenta barrar um projeto de lei que pretende aumentar o poder do Congresso Nacional no Orçamento Geral da União a partir de 2024. De autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), o texto quer transformar as emendas parlamentares de comissão em impositivas.
Isso significa que, se aprovado, o projeto obrigará o governo federal a pagar esse tipo de emenda aos parlamentares. Em 2023, o valor destinado para as emendas de comissão foi de cerca de R$ 7 bilhões.
No entanto, o Planalto pagou apenas 1% desse montante. Por isso, deputados e senadores querem que elas passem a ser impositivas a partir do ano que vem. Na semana passada, a proposta chegou a ser colocada na pauta da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado para ser analisada. Aliados ao governo conseguiram, no entanto, adiar a votação.
O governo argumentou que, antes de votar o projeto, era preciso um parecer técnico da advocacia do Senado sobre a sua constitucionalidade. Há um entendimento por parte do Planalto de que, para tornar essas emendas impositivas, seria necessário aprovar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) – e não fazer tal mudança via projeto de lei, como esse apresentado na CAE.
Senadores governistas da comissão disseram que o parecer do Senado deverá impedir o andamento da matéria. Já outros parlamentares de centro e da oposição estão mais otimistas quanto à sua constitucionalidade e prometem lutar para que o projeto de lei seja aprovado ainda neste ano.
O governo trabalha para tornar impossível aprovar o projeto antes do recesso parlamentar e garante que, mesmo que se isso acontecer, irá judicializar o tema, impedindo o pagamento obrigatório das emendas de comissão pelo menos em 2024.
Na semana passada, a presidente do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), foi a responsável mais uma vez por se indispor com o Congresso Nacional ao se posicionar oficialmente contra o projeto.
Nas redes sociais, Gleisi disse que o pior caminho para a contribuição com o equilíbrio fiscal do País é o projeto de lei que torna obrigatório o pagamento de emendas de comissões.