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Governo vai lançar moeda de R$ 1 em comemoração aos 30 anos do Plano Real

Mais detalhes sobre a moeda serão divulgados em agosto, embora a data exata de lançamento ainda não tenha sido escolhida. (Foto: Reprodução)

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou o lançamento de uma moeda comemorativa para celebrar os 30 anos do Plano Real. A moeda terá valor de R$ 1 e circulará normalmente na economia brasileira. Em comunicado, o Banco Central (BC) informou que mais detalhes sobre a moeda serão divulgados em agosto, embora a data exata de lançamento ainda não tenha sido escolhida.

Esta iniciativa vem após a última emissão de uma moeda comemorativa pelo Banco Central, que ocorreu em homenagem aos 200 anos da primeira Constituição do Brasil. A moeda anterior, com valor de face de R$ 5, teve uma tiragem limitada a quatro mil unidades e foi vendida a R$ 440 por unidade por intermédio da Casa da Moeda do Brasil.

O Plano Real foi implementado em 1994 como uma medida para estabilizar a economia brasileira, que na época sofria com uma hiperinflação galopante. Idealizado por uma equipe de economistas liderada pelo então Ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, o plano envolveu uma série de reformas econômicas e a introdução de uma nova moeda, o Real, que substituiu o Cruzeiro Real.

A criação do Plano Real não foi uma tarefa fácil. O plano foi desenvolvido em várias etapas, começando com a implementação da Unidade Real de Valor (URV), que serviu como um indexador temporário para ajustar preços e salários antes da introdução oficial do Real. A URV permitiu uma transição mais suave para a nova moeda, ajudando a estabilizar a economia e a restaurar a confiança do público.

Plano Real

Em maio deste ano, a segunda edição da Conferência Anual do Banco Central do Brasil reuniu quatro ex-presidentes da Autarquia para debate sobre os 30 anos do Plano Real.

Os ex-presidentes Gustavo Loyola (1992-1993 e 1995-1997), Pedro Malan (1993-1995), Persio Arida (1995) e Gustavo Franco (1997-1999) trouxeram impressões sobre os acontecimentos relevantes que marcaram o Plano Real, implementado em 1994.

“Hoje, a esmagadora maioria da população brasileira aprendeu quais são os benefícios de ter a inflação sob controle. Isso significa a preservação do poder de compra, do salário do trabalhador brasileiro e dessas transferências diretas de renda, que cada vez assumem maior importância entre nós”, afirmou Pedro Malan.

“Um elemento importante desse processo foi o povo brasileiro, que apoiou o Plano [Real]. Eu lembro que, quando André [Lara Resende] e eu conversamos em 1984 sobre quanto tempo ia durar para ter uma moeda indexada, e as pessoas começarem a usá-la, achamos que seria um ano e meio ou dois. Nada! [No Plano Real], em três ou quatro meses, já estava tudo denominado em URV [Unidade Real de Valor]”, disse Persio Arida.

“O fortalecimento do Copom trouxe o Banco Central para o comando dos acontecimentos pertinentes à moeda, que é o que tinha que ter acontecido desde o início. A organização institucional da moeda foi ponto importante para estarmos celebrando 30 anos que essa organização desenhada permaneceu intocada. Ela vem sendo melhorada incrementalmente, mas é extraordinário que 1994 tenha sido essa data tão importante”, declarou Gustavo Franco.

“O Brasil, hoje, é um modelo no campo da política, da supervisão bancária e da regulação. O Brasil tem sido pioneiro na inovação financeira. Certamente, isso é a continuidade natural de termos um sistema financeiro resiliente, que contém e monitora os seus riscos. Agendas novas surgiram, como a agenda de risco climático. É importante que o Banco Central tem sido referência nesse tema”, afirmou Gustavo Loyola. As informações são do jornal Extra e do BC.

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