Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 26 de abril de 2022
Com o enredo Fala, Majeté! Sete chaves de Exu, a agremiação obteve a maior pontuação dos jurados na apuração da Marquês de Sapucaí, nesta terça-feira (26).
Foto: Gabriel Monteiro/RioturPela primeira vez, a Acadêmicos do Grande Rio é a grande campeã do carnaval 2022 no Rio de Janeiro. A escola de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, falou sobre Exu, que abriu os caminhos para o primeiro título da história da Tricolor. Logo após o desfile, que levantou os foliões presentes na avenida, a escola já aparecia na lista das favoritas para levar o título.
Há quase 30 anos no Grupo Especial, a Grande Rio tinha batido na trave quatro vezes, com vice-campeonatos – o último em 2020, depois de liderar praticamente toda a apuração.
Desta vez, o título veio, mas não sem emoção: a Beija-Flor de Nilópolis chegou a ultrapassar Caxias no início da apuração, na tarde desta terça-feira (26), mas terminou em segundo.
A agremiação, das cores vermelho e verde, é uma das mais novas do estado, fundada em 1988.
A São Clemente, que levou para a pista a história do humorista Paulo Gustavo, ficou em último e foi rebaixada.
Por não ser feriado, a apuração atraiu um público menor que nos anos anteriores. Ainda assim, torcedores de todas as escolas se fizeram presentes nas arquibancadas, com faixas e bandeiras. Até um cartaz em memória da menina Raquel Antunes, morta em um acidente com carro alegórico, foi levado por um torcedor.
A quadra da Grande Rio, em Duque de Caxias, ficou pequena para os torcedores, que comemoraram muito o título inédito.
Como foi a apresentação
Além de desmistificar Exu, a Tricolor mostrou que o orixá está ligado à transformação. Para isso, Caxias contou a história de figuras excluídas, como Bispo do Rosário, Estamira e Stela do Patrocínio. Eles transformaram lixo em arte e em modo de sobrevivência.
“O enredo tem um conjunto de importâncias, e a principal delas é desconstruir os estereótipos negativos que foram atribuídos devido a esse processo de racismo religioso à divindade Exu, que é uma divindade múltipla e viva. Mas foi incorporada por todos na Avenida”, disse Leonardo Bora, o carnavalesco da Grande Rio.
Logo na comissão de frente, o ator Demerson D’alvaro se destacou com a personificação de Exu, escalando um imenso globo e chegando ao “topo do mundo”, onde se banqueteou com seu padê — as oferendas.
Fantasias e outros elementos apresentaram um visual mais rústico, com retalhos, materiais recicláveis e alternativos como papelão.
A escola, como de costume, trouxe famosos como Monique Alfradique (representando uma faísca), Bianca Andrade (look inspirado em Joãozinho Trinta), Pocah, David Brazil, Gil do Vigor e a rainha de bateria Paolla Oliveira (Pomba-gira, a representação feminina de Exu).
Exu também veio representado nos grupos de bate-bolas, nos afoxés e nas folias de reis e no bloco Seu Sete da Lira, que desfilava pelas ruas do Rio.
Para isso, não faltaram performances em todas as alegorias e nas alas.