Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 15 de maio de 2019
O Grêmio será julgado na próxima sexta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por conta da injúria racial cometida por alguns torcedores contra atleta Yony González, do Fluminense, na partida pela 3ª rodada do Campeonato Brasileiro. O ato será julgado pela Quinta Comissão do Tribunal e o tricolor corre risco de receber multa de até R$ 100 mil. No caso dos torcedores identificados, estes podem ser proibidos de ingressar no estádio.
De acordo com o informe do STJD, após a análise das imagens da partida entre Grêmio e Fluminense, apesar de nada ter sido relatado na súmula, a Procuradoria da Justiça Desportiva destacou que a infração é de alta gravidade e que na prova de vídeo é possível ouvir o xingamento “macaco” vindo da arquibancada onde estava localizada a torcida do Grêmio, logo após o atacante Yony González marcar o quinto gol do time carioca.
Pelo fato, o Grêmio foi denunciado por infração ao artigo 243-G, parágrafo 2º do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que diz sobre “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”. A pena prevista neste caso é “suspensão de cinco a dez partidas, se praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, e suspensão pelo prazo de cento e vinte a trezentos e sessenta dias, se praticada por qualquer outra pessoa natural submetida a este Código, além de multa, de R$ 100 a R$ 100 mil”. Ainda de acordo com o parágrafo 2º do artigo, “os torcedores identificados ficarão proibidos de ingressar na respectiva praça esportiva pelo prazo mínimo de setecentos e vinte dias.”
A Procuradoria destacou ainda na denúncia que “esta injúria racial praticada não pode ser aceita em qualquer esfera, devendo ser repudiada e severamente apenada na Justiça Desportiva”. Foi citado ainda que o Grêmio passou pela mesma situação em 2014, quando a torcida também ofendeu o goleiro Aranha, que na época defendia o Santos: “Somente uma punição severa ao clube alcançará o caráter pedagógico da pena, no sentido de quem praticou o ato covarde e discriminatório saiba que o clube para o qual torcem será responsabilizado, transmitindo uma educação que não tiveram em casa ou na escola”.