Na última quarta-feira (19), a gestão da Arena do Grêmio afirmou que o presidente do clube, Alberto Guerra, solicitou judicialmente a suspensão dos pagamentos do seguro da casa gremista, atingida pela enchente. O Tricolor rebateu as declarações.
De acordo com a administradora do estádio, a medida retardaria o retorno do funcionamento do local. Em nota divulgada à imprensa, o presidente da Arena, Mauro Araújo, disparou duras críticas contra o dirigente do clube gaúcho e disse que a diretoria Tricolor entrou com a ação judicial com o objetivo de que o dinheiro do seguro seja utilizado apenas para os reparos no estádio. Segundo o presidente do Grêmio, os valores do seguro chegam a R$ 70 milhões.
“Em plena crise no futebol, o presidente do Grêmio entra com ação cujo efeito pode retardar a entrega do estádio ao time. A pergunta que fica é: quem vai liberar esses valores para a Arena continuar com seu trabalho? Será o Grêmio? Qual o conhecimento técnico que o Grêmio possui para fazer essa liberação? As pessoas mais habilitadas para liberar esses valores são os engenheiros peritos da própria seguradora, em conjunto com os engenheiros da Arena, que já vêm trabalhando em comum acordo e tomando todas as ações necessárias para entregar a casa dos tricolores o mais breve possível”, disparou Araújo.
Em resposta, o Grêmio divulgou uma nota oficial na quinta-feira (20). Confira:
Diante das manifestações da Arena Porto-Alegrense, o Grêmio esclarece:
1. Ninguém mais do que o Grêmio, seus associados e torcedores querem o imediato retorno à Arena;
2. Todas as tentativas feitas pelo Grêmio para obter junto ao Sr. Mauro Araújo, diretor-presidente interino da Arena, informações sobre a extensão dos danos, execução de obras e serviços de reparação e, principalmente, previsão de retorno, foram frustradas;
3. O Grêmio participa de 3 competições simultâneas, manda seus jogos na casa de terceiros, e não consegue planejar seu futuro em Porto Alegre exclusivamente por conta da falta de informações básicas sobre o plano de recuperação;
4. O Grêmio tem justificado receio de que os valores da indenização do seguro da Arena tenham também outras aplicações, conforme já se viu em ocasiões anteriores, quando a direção da Arena destinou recursos para fins diferentes do seu objeto social e daqueles previstos em contrato com o Grêmio;
5. Diante desse cenário grave, pressionado pela necessidade do imediato retorno das atividades do Estádio, o Grêmio propôs medida judicial para garantir o cumprimento, pela diretoria da Arena, das regras contratuais que dão ao clube a prerrogativa de aprovar e fiscalizar a destinação dos recursos advindos da cobertura de seguro;
6. A ordem judicial não atrasará a execução das obras e serviços e tampouco a aquisição de equipamentos pela Arena, visto que é o Grêmio o maior interessado na imediata retomada de suas atividades no estádio, e que o retorno à situação de normalidade deve-se dar no menor tempo tecnicamente possível, conforme reconhecido em contrato e na decisão judicial em referência;
7. Por fim, a Diretoria do Grêmio repudia as manifestações públicas do Sr. Mauro Araújo, imputando ao clube responsabilidades que são exclusivas da Arena, e reforça a questão central: onde está o plano de recuperação da Arena? Em qual data o Grêmio vai voltar a mandar os seus jogos no estádio?
De acordo com o presidente Alberto Guerra, é improvável que o Grêmio consiga voltar a atuar na Arena no jogo contra o Fluminense, pelas oitavas de final da Libertadores, no dia 13 de agosto.