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Greve de professores por reajuste salarial atinge cinco Estados. Rio Grande do Sul pode aderir

Docentes da rede estadual de SP protestaram jogando sal próximo à Secretaria de Educação. Foto: Alex Silva/AE

Em campanha salarial, professores de cinco Estados estão em greve. As paralisações nas redes estaduais, iniciadas em São Paulo e Santa Catarina em março, ocorrem também no Pará, Pernambuco e Paraná. Na Paraíba, a greve chegou nesta quinta-feira ao fim. A categoria estava parada desde o dia 1º de abril e, no dia 24, a Justiça considerou a greve ilegal.

A principal reivindicação dos professores, cuja data-base cai em março, é de aumento salarial – a maior parte dos sindicatos pede reajuste de 13%, baseada na Lei do Piso Nacional do Magistério. Em São Paulo, a categoria quer 75% de aumento. A variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo no período foi de 8,13%. A situação pode se agravar este mês, já que professores de outros sete Estados – Minas Gerais, Amazonas, Rio Grande do Sul, Goiás, Mato Grosso do Sul, Sergipe e Tocantins – podem parar nos próximos dias.

Professores da rede estadual de 13 Estados aderiram nesta quinta-feira à paralisação nacional convocada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores de Educação. Cruzaram os braços por um dia docentes de Alagoas, Amazonas, Bahia, Ceará, Maranhão, Goiás, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Mato Grosso, Minas Gerais, Sergipe e Tocantins. Entre as principais reivindicações estão o cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação, além de protestos contra o projeto de terceirização dos trabalhadores no País.

Curitiba

O Ministério Público abriu inquérito para apurar a ação policial que deixou mais de 200 feridos em frente à Assembleia Legislativa em Curitiba, no Paraná. Professores da rede estadual estão parados desde o dia 25 de abril. A greve foi motivada pelo projeto do governador Beto Richa (PSDB) de mudar a forma de custear a ParanaPrevidência, regime da Previdência Social dos servidores do Estado. “Havia promotores entre nós no momento em que a tropa nos atacou, e testemunharam a repressão”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná, Hermes Silva Leão. Richa sancionou a lei com as mudanças.

Um grupo de manifestantes realizou um ato de apoio aos professores feridos no confronto de quarta-feira (29). Alguns tentaram invadir a sede do governo do Paraná e um estudante foi detido. A entrada do Palácio Iguaçu ficou tomada de participantes do ato, que gritavam “Fora, Beto Richa!” e “Anula a votação!”, em referência ao projeto do ParanaPrevidência. Dezessete policiais militares foram presos por se recusarem a fazer cerco aos professores.

O Ministério da Educação divulgou uma nota sobre o conflito. A pasta afirmou que atos violentos diante da paralisação de servidores são “inaceitáveis”.

São Paulo

Os professores da rede estadual de São Paulo decidiram manter a greve declarada em 13 de março. A concentração para o protesto ocorreu no vão livre do Museu de Arte de São Paulo, na avenida Paulista, região central da capital paulista. Dois mil professores participaram do ato, segundo a Polícia Militar. Os docentes caminharam até a Praça da República e jogaram sacos de sal perto da sede da Secretaria Estadual da Educação, em referência à época em que os salários eram pagos com sal.

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