Trabalhadores que dependem da Previdência para receber enfrentam há 65 dias uma greve sem previsão de fim. O atendimento praticamente parou e as quase 10 milhões de pessoas que eram atendidas por mês nas agências do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) não têm para onde correr. A paralisação atinge todos os Estados.
A greve do INSS está prejudicando quem precisa receber um benefício garantido por lei. “Dizem que não estão atendendo pedido de aposentadoria, só por perícia médica”, afirmou o balconista Tarcísio de Souza.
Pedidos mais urgentes, como o auxílio-doença, também não estão sendo atendidos. “Pago aluguel, tenho contas para pagar, tenho filho de dois meses, houve um problema comigo de saúde, eu não consigo receber”, contou o motorista Marcelo da Silva Gomes.
Por determinação do STJ (Superior Tribunal de Justiça), 60% dos servidores federais que atuam no órgão deverão continuar trabalhando. Entretanto, em uma agência no Centro do Rio de Janeiro, é praticamente impossível conseguir atendimento mesmo com a visita agendada.
Negociações não avançam
No caso da greve do INSS, governo e grevistas estão longe de um acordo. O impasse é que as duas partes não se entendem em relação ao reajuste salarial.
Nessa semana já foram feitas duas audiências de conciliação, mas as negociações não avançaram. A última proposta foi apresentada pelo governo há uma semana: um reajuste de 10,8% dividido em dois anos.
Os grevistas não aceitaram, porque eles querem um reajuste de 27,5% e outras reivindicações. Não há informações de novas audiência marcadas. (AG)