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Greve na Receita Federal completa dois meses, com 75 mil remessas encalhadas e bilhões em prejuízos

A greve dos auditores fiscais da Receita Federal não tem prazo para terminar. (Foto: Divulgação)

A greve dos auditores fiscais da Receita Federal completa dois meses, causando o atraso na entrega de milhares de remessas e bilhões de reais em prejuízos. Iniciado em 26 de novembro, o movimento segue a estratégia de operação-padrão. Com isso, o prazo de liberação das mercadorias para importação e exportação pode superar 30 dias. Medicamentos e cargas vivas estão entre as poucas exceções submetidas a um trâmite mais rápido – ainda assim, o prazo de despacho desses produtos subiu de um para sete dias.

Com a greve, empresas de comércio internacional estimam que mais de 75 mil remessas estejam paradas nos portos e aeroportos brasileiros, de acordo com o jornal Folha de S.Paulo. Não se sabe ao certo o tamanho do prejuízo financeiro, mas uma operação-padrão da Receita Federal em junho de 2024 fornece uma pista. Segundo a Frente Parlamentar pelo Livre Mercado (FPLM), aquele movimento causou perdas de 3,3 bilhões de reais.

De acordo com o site Poder360, outra forma de medir os prejuízos é lembrar que cada dia de atraso no despacho das remessas onera as empresas em 2,1%, segundo dados do Sindasp, que representa os despachantes aduaneiros de São Paulo.

Os julgamentos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) também foram afetados pela greve iniciada há dois meses. Segundo o jornal Valor Econômico, os representantes dos auditores fiscais no órgão estão retirando pautas de votação das sessões virtuais. O julgamento de causas que somam 51 bilhões de reais estão paradas.

A greve não tem prazo para terminar. O Sindifisco Nacional, que representa os grevistas, alega que o movimento foi causado pelo descumprimento, por parte do governo, do acordo fechado no ano passado para reestruturar as carreiras e os reajustes salariais.

Segundo o sindicato, o acordo previa que o Ministério da Gestão e os auditores instalariam mesas específicas de negociação até julho do ano passado para tratar desses temas – algo que não foi feito. Os auditores argumentam ainda que o salário-base acumula perdas inflacionárias desde 2016.

Já o Ministério da Gestão, de acordo com o site Poder360, afirma que o acordo citado pelo Sindifisco foi fechado em fevereiro do ano passado e que não há mais previsão de novas negociações. A pasta acrescenta que a remuneração total dos auditores já alcança 42.700 reais no topo da carreira, incluindo os bônus. As informações são da revista Veja.

 

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