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Por Redação O Sul | 5 de abril de 2019
O carnaval não foi o maior problema do setor automotivo no mês de março. Segundo dados da Anfavea (associação que representa as montadoras), a queda de 6,4% na produção em relação a fevereiro se deve às chuvas que inundaram a fábrica de caminhões da Mercedes, à queda nas exportações e à greve na Ford, em protesto pelo anúncio de fechamento da planta de São Bernardo do Campo (grande São Paulo). Em relação a março de 2018, a queda no último mês chega a 10,1%.
Segundo Antonio Megale, presidente da entidade, esses fatores fizeram com que 18 mil unidades deixassem de ser produzidas no mês passado, que terminou com 257 mil veículos montados. O cálculo inclui carros de passeio, comerciais leves, ônibus e caminhões.
No acumulado do ano, a produção registra queda de 0,6% em comparação ao primeiro trimestre de 2018.
Por outro lado, as vendas seguem em crescimento. Os dados de licenciamento no mercado nacional foram divulgados na quarta (3) pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).
Apesar do feriado de Carnaval, foram emplacados 207,4 mil veículos em março, número que superou em 0,9% o resultado de março de 2018. O resultado também inclui carros de passeio, veículos comerciais leves, ônibus e caminhões.
Na comparação com fevereiro, o mês passado teve alta de 5,3% nos licenciamentos.
Ao todo, 209,2 mil veículos foram vendidos em março. No acumulado do ano, que registra alta de 11,4%, a soma chega a 607,6 mil unidades comercializadas.
A diferença entre emplacamentos e produção se deve aos estoques e à importação de veículos. A Anfavea defende incentivos fiscais que estimulem a fabricação nacional e a revisão do acordo de livre comércio com o México, que não tem mais cotas pré-estabelecidas.
Em defesa desses incentivos, o presidente da Anfavea citou o relatório publicado pelo Banco Central sobre o biênio 2017/2018. “O setor automotivo representou 1/3 do crescimento industrial e 1/4 do crescimento total do PIB, o que destaca sua relevância”, disse Megale.
As exportações continuam com resultados ruins. O primeiro semestre está comprometido, diz o presidente da Anfavea. “A Argentina realmente caiu, mas há crescimento nas exportações para o México e para a Colômbia.”
No acumulado do ano, 104,6 mil unidades foram exportadas, uma queda de queda de 42% em comparação ao primeiro trimestre de 2018.
Caminhões e ônibus
As vendas de caminhões este ano têm mostrado uma retomada importante da economia brasileira e do setor automotivo. Nos três primeiros meses deste ano, as negociações cresceram 47,7%: foram 21,5 mil unidades este ano e 14,5 mil em 2018. No último mês, 7,6 mil caminhões foram registrados, alta de 10,5% no comparativo com os 6,9 mil de fevereiro e de 28,1% contra os 5,9 mil de março do ano passado.
Os fabricantes de caminhões produziram em março 8,3 mil unidades – número 13,6% menor se analisando com as 9,6 mil de fevereiro e de 16,4% com as 9,9 mil de março de 2018. No trimestre, 24,8 mil unidades saíram das fábricas, ou seja, expansão de 1,3% ante as 24,4 mil de igual período do ano passado.
As exportações para o segmento seguem em baixa: 2,5 mil unidades embarcaram no trimestre para outros países, recuo de 65,6% frente as 7,3 mil de 2018.
As vendas de ônibus aumentaram 69,7% nos três primeiros meses: foram 4,7 mil unidades em 2019 e 2,8 mil em 2018. No terceiro mês do ano 1,6 mil unidades foram licenciadas, crescimento de 6,6% no comparativo com as 1,5 mil de fevereiro e de 53% na análise com as 1 mil de março do ano passado.
A produção de chassis para ônibus encerrou o trimestre com diminuição de 11,2%, com 6,1 mil unidades este ano e 6,9 mil no ano passado. Somente em março, a queda foi de 41%, com 1,7 mil unidades no mês e 2,8 mil no mesmo período de 2018. Quando comparadas com fevereiro, quando 2,5 mil unidades foram fabricadas, o recuo é de 33,8%.
As exportações no acumulado permaneceram em baixa: foram 2,1 mil unidades este ano e 2,5 mil no ano passado, o que resultou em uma diminuição de 15,9%.