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Por Redação O Sul | 9 de junho de 2019
A top russa Sasha Pivovarova puxa a fila final do desfile de inverno 2008 da Prada, em Milão. De repente, um manifestante invade a passarela para protestar contra o uso de pele de animais. Corta. No último dia 22, a grife anuncia que está deixando velhos hábitos e que focaria em “materiais inovadores.” As mudanças serão vistas nas coleções de verão 2020 de todo Grupo Prada – o que inclui a Miu Miu.
O movimento “fur-free” (livre de pele, em português) é uma realidade no mercado de luxo. Em 2018, Chanel, Versace, Tom Ford, Maison Margiela e Diane von Furstenberg avisaram que estavam banindo a prática, seguindo os passos de Giorgio Armani, Michael Kors, Gucci, Ralph Lauren, Tommy Hilfiger, Vivienne Westwood e Calvin Klein. “Essas grifes estão apoiando uma indústria responsável”, diz Lilly Clark, consultora de marketing sustentável, que vai além: “A próxima geração não quer ter um armário cheio de roupas doentes.
As transformações precisam ser radicais nesse sentido.”Stella McCartney exerce papel fundamental nessa mudança de comportamento. Desde o lançamento de sua marca homônima, em 2001, a estilista britânica recusa-se a usar pele e couro de animais e está sempre em busca de uma solução eco-friendly . “Stella foi pioneira. Agora, muitas grifes entenderam que devem adotar posturas e práticas mais alinhadas ao novo momento do planeta”, afirma Paula Acioli, coordenadora do curso de Gestão Estratégica em Negócios de Moda da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
No Brasil, a estilista Lilly Sarti, que pilota a marca que leva seu nome com a irmã, Renata Sarti, deixou a pele de lado em 2017. “Dentro da evolução do ser humano, há tempo para tudo”, ressalta Lilly. “Além de ser um exemplo para os colegas, existe a questão de acordar as pessoas que estão ao redor.”
Armani
O Grupo Armani anunciou a mudança em 2016. “O progresso tecnológico dos últimos anos nos permite ter uma série de alternativas a nossa disposição, todas excluindo práticas cruéis e desnecessárias contra animais”, declarou o estilista Giorgio Armani
Chanel
Em 2018, a maison francesa anunciou que em suas coleções não entrariam mais peles de animais exóticos, como crocodilo, cobra, lagarto e outras. “Cada vez é mais difícil obter peles exóticas que correspondam a nossas exigências em termos éticos”, disse a grife.
Gucci
No final de 2017, a grife italiana anunciou que baniu o uso de peles de animais em suas roupas e acessórios. “Ser socialmente responsável é um dos valores fundamentais da Gucci, e continuaremos nos esforçando para fazer o melhor pelo ambiente e pelos animais. Esperamos inspirar inovação e aumentar a conscientização, mudando a indústria da moda de luxo para melhor”, afirmou Marco Bizzari, CEO da marca.
Jean-Paul Gaultier
Em 2018, o estilista francês foi enfático. “Usei muito no início da minha carreira, muitas vezes reciclando peles antigas, mas quero remediar isso. É verdade que os casacos de pele são mais sensuais que as peles falsas. Mas acho que podemos usar peles falsas, além de encontrar outras maneiras de se esquentar. Talvez isso nos permitirá avançar do ponto de vista criativo”
Burberry
A grife tradicionalíssima também removeu de sua gama de materiais as peles de animais como coelho, raposa, vison e guaxinim asiático. “Luxo moderno significa ser social e ambientalmente responsável”, disse Marco Gobbetti, presidente-executivo.
Stella McCartney
A estilista britânica e ativista pelos direitos dos animais sempre condenou o uso de peles e couro pela indústria da moda e ajudou a influenciar muitos colegas de profissão
Victoria Beckham
A primeira coleção da etilista e ex-Spice Girl sem uso de pele animal aconteceu na Semana de Moda de Londres, em fevereiro deste ano, com a coleção Outono-Inverno 2019 com couros e tecido industrial em vez de peles de crocodilo, lagarto, cobra e arraia