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Por Redação O Sul | 27 de setembro de 2019
Em Porto Alegre, um grupo de voluntários está ajudando imigrantes que chegam ao Brasil em busca de oportunidades de emprego. Atualmente, mais de um milhão e 700 mil refugiados vivem no Brasil.
Em Porto Alegre, cerca de 45 migrantes são atendidos todos os dias na Igreja Pompeia, que fica no bairro Floresta. No local, eles podem encaminhar a renovação de passaporte, a confecção do visto e a solicitação de refúgio junto à Polícia Federal. São oferecidas aulas de português e também é prestado um auxílio jurídico e psicológico. O trabalho conta com o apoio do Centro Ítalo Brasileiro de Apoio e Instrução aos Imigrantes (CIBAI).
O padre e diretor do CIBAI Migrações contou como é o processo de chegada dos imigrantes. “Encontram os braços abertos em primeiro lugar e depois a gente escuta, acolhe e encaminha para aonde eles precisam. [Para resolver] questão de documentação, fazer currículos, mercado de trabalho, curso de português e cursos profissionalizantes”, explicou.
Desde 1958, a missão Pompeia é composta por funcionários e voluntários. Na capital gaúcha, a entidade já auxiliou mais de 260 mil pessoas. A cada mês, cerca de 600 imigrantes são atendidos. Desse total, 70% são haitianos.
Mais de 900 mil imigrantes chegaram ao Brasil depois de 2010. Por aqui, o número de refugiados só aumenta, e o número de pessoas dispostas a ajudar também não para de crescer.
O costureiro Ndiassi Diagne veio de Senegal. Ele deixou o país de origem em busca de uma melhor oportunidade de emprego. No Brasil, o costureiro de 43 anos trabalha em uma pizzaria e também dá aulas em um ateliê. “Razão de sair do meu país é o trabalho, aqui a minha vida é melhor”, disse Diagne.
Já Jesus Guayapero, mesmo sendo formado em engenharia, tinha dificuldades para encontrar um emprego na Venezuela. Hoje, ele trabalha com a mãe em um restaurante que serve comidas típicas da culinária venezuelana. “Eu tomei a decisão de vir para o Brasil porque já tinha grandes amigos aqui. Eles me deram a oportunidade de recomeçar a vida, porque é uma aprendizagem e um recomeço como imigrante”, relatou.
A missão Pompeia também conta com o apoio do Rotary Club de Porto Alegre. Em uma casa cedida no bairro São Geraldo, um grupo de sete pessoas surdas é preparado para o mercado de trabalho. “Primeira coisa que fazemos é ir atrás da documentação, porque precisa da audiometria, laudo médico, tudo aquilo dentro do processo deles como surdos. Temos a escola Frei Pacífico, que trabalha com surdos e é um caminho aberto de ajuda para essas pessoas”, contou a interpreto e irmã Célia da Costa Santos.
Todos os meses, a missão Pompeia consome cerca de 3.500 kg de alimentos. Por isso, doações de roupas e mantimentos são sempre muito bem-vindos.
Para mais informações, o telefone da Missão Pompeia é (51) 3226-8800 ou também pelo celular (51) 98450-9153. A casa fica na rua Doutor Barros Cassal, número 220, bairro Floresta. O atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.