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Política Grupo que votou com o governo Lula avalia deixar, em bloco, o partido de Bolsonaro após a aprovação do Orçamento de 2024

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O deputado Yury do Paredão foi o primeiro a ser expulso por apoiar o governo.

Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados
O deputado Yury do Paredão foi o primeiro a ser expulso por apoiar o governo. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Deputados do PL, que se aliaram ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) planejam sair da legenda alegando perseguição da cúpula da legenda que tem como grande expoente o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Dentro do núcleo que comanda a sigla, eles são chamados de “transdeputados”, por integrarem um partido de direita e darem votos a um governo de esquerda.

O grupo no PL que “fez o L” conta com uma dezena de parlamentares e, em conversas de bastidores, traça planos para deixar o partido em bloco após a aprovação do Orçamento de 2024.

Como a relatoria do Orçamento está nas mãos de um deputado do PL, Luiz Carlos Motta (SP), não seria inteligente um movimento de retirada antes disso. O relator tem, por exemplo, o poder de barrar as demandas dos deputados para beneficiar suas bases eleitorais.

A divergência entre os dois grupos no PL cresceu após a aprovação da reforma tributária. Um em cada cinco deputados da sigla votou para que a proposta do governo pudesse avançar para o Senado, mesmo com a ameaça de punição, por parte do líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), a quem ajudasse o Executivo.

O deputado Yury do Paredão (PL-CE) foi o primeiro a ser expulso por apoiar o governo. Na oportunidade, ele tirou foto com o presidente Lula e “fez o L”.

Alguns parlamentares mais radicais celebraram o que poderia ser o começo de um expurgo na legenda. Para um deputado da sigla, repetir o gesto que marcou o retorno do petista à cena eleitoral merece o “paredón” – uma alusão ao método de saída de um reality show, programa que projetou Yury.

A aproximação com o governo Lula tem uma explicação. O petista foi eleito com 69,97% dos votos no Ceará ante 30,03% de Bolsonaro. Atuar como oposição ao PT no Estado é considerado suicídio político. Lula saiu vitorioso em todos os 184 municípios cearenses.

Para o líder da oposição, Carlos Jordy (PL-RJ), integrantes desse grupo pró-Lula devem ser tratados na sigla como “mortos-vivos”.

“A melhor alternativa seria deixá-lo no sal: sem comissões, sem fundo e sem diretórios. Um morto-vivo no PL. E, se ele tentar sair do partido, perderá o mandato.”

Os “petistas do PL”, porém, contam com a expulsão para evitar o risco de perder o mandato.

“Eles são transdeputados”, ironizou José Medeiros (PL-MT), que vê o interesse dessa ala em cargos e emendas do governo federal. “São do PL, de direita, mas se identificam com o governo de esquerda”, complementou.

No dia seguinte à votação da reforma tributária, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, tentou conciliar os grupos no WhatsApp afirmando que é correto apoiar o governo Lula na economia. A direita sempre defendeu a reforma tributária e, nesse caso, votar contra o governo seria abandonar uma bandeira que nunca foi da esquerda.

“Muitos parlamentares foram eleitos com apoio de prefeitos e vereadores e precisam levar benefícios para suas regiões e seu povo. E se, para isso, precisarem votar com o governo em pautas específicas, que façam”, disse Valdemar.

“Para que não fique dúvida, somos um partido de oposição. E ficaremos unidos nas pautas conservadoras que a direita sempre defende”, afirmou.

Um dos problemas para o partido de Bolsonaro está na Região Nordeste. Predominantemente lulista, os parlamentares enfrentam constrangimento em votar contra pautas do governo. E alegam que não foram eleitos com os votos da direita.

Os quatro deputados do PL da bancada do Maranhão, por exemplo, costumam votar com o governo em quase todas as principais pautas. Lula venceu a disputa no Estado com 71,1% dos votos.

 

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