Por Redação O Sul | 11 de agosto de 2015
Um motorista do aplicativo Uber, que pediu para não ter a idade e o nome revelados, foi sequestrado e agredido por taxistas na madrugada de sábado no Itaim Bibi, área nobre da Zona Oeste de São Paulo (SP). A vítima afirmou ter levado até mesmo um soco na boca dos agressores, que fugiram sem ser identificados. Ao tomar conhecimento do caso, o prefeito da cidade, Fernando Haddad (PT), pediu à Secretaria Municipal de Transportes que inicie o processo administrativo de cassação do alvará dos taxistas que tenham comprovadamente participado do delito, sem prejuízo das demais penalidades criminais e administrativas cabíveis.
Abordagem
O motorista, do aplicativo que cobra por corridas particulares, disse ter sido abordado quando seguia com seu Hyundai Azera preto para fazer sua oitava viagem do dia. Por volta das 3h30min, ele chegou à rua para onde o pedido do serviço o havia direcionado e foi cercado por cerca de 20 táxis. A vítima, que trabalha como motorista do Uber há dois meses, disse que chegou a dar ré, mas foi impedido pelo grupo, que passou a xingá-lo e a jogar pedras no veículo.
Em depoimento à polícia, o condutor contou que desceu do carro e ainda tentou fugir a pé, mas foi alcançado por quatro homens que estavam em um táxi modelo Chevrolet Cobalt. Ele contou que um deles estava armado e fez ameaças para que ele entrasse no automóvel. Dentro do carro, o grupo circulou com o motorista por cerca de 30 minutos até deixá-lo na rua Funchal, a 1,5 quilômetro do local onde foi abordado.
Ao descer do carro, ligou para a família e acionou a polícia. Um dos taxistas, diz ele, entrou no veículo dele e fugiu. Quatro horas depois, a Polícia Militar encontrou o automóvel “totalmente danificado”, segundo o boletim de ocorrência, na mesma região da abordagem.
Confirmação
O presidente do Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores nas Empresas de Táxi de SP, Antônio Raimundo Matias dos Santos, confirmou o caso ao jornal Folha de S.Paulo e declarou já ter identificado ao menos um taxista envolvido na confusão. “Vou denunciar o motorista no Departamento de Transportes Públicos para que ele seja expulso. Ele não pode fazer justiça com as próprias mãos. O problema desses motoristas ilegais tem de ser resolvido na Justiça e com punição, não com violência”, afirmou.
