Sábado, 26 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2015
Nos últimos cinco meses, cerca de meio milhão de crianças abandonaram as suas casas, aldeias e famílias, na Nigéria e países vizinhos, para escapar à ameaça representada pelo grupo terrorista Boko Haram, denunciou a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância). O número total de menores desalojados após ataques dos extremistas já ascende a mais de 1,4 milhões.
Segundo um relatório divulgado na quinta-feira, a maioria destas crianças que escaparam da violência dos militantes continuam a viver em situação de risco extremo, malnutridas e em campos de refugiados infectados por cólera e outras doenças contagiosas. Só na Nigéria – país berço da insurreição islamista lançada em 2009 –, quase 1,2 milhões de crianças, metade das quais com menos de 5 anos, foram obrigadas a sair de casa para escapar dos radicais. As movimentações dos militantes nas fronteiras também forçaram 265 mil crianças do Chade, Camarões e Níger a abandonar seus lares.
A população ameaçada consiste, praticamente, de habitantes que residem em pequenas localidades em zonas remotas e de floresta. E isso acaba por dificultar a sua fuga em caso de ataques. Acaba impedindo, também, a chegada da assistência.
Ataques
O risco de atos terroristas em mercados e escolas mantinha as populações prisioneiras dentro das aldeias, e à mercê da sorte no caso de ocorrer um ataque: quando os militantes chegam, habitualmente lançam fogo aos edifícios e disparam sobre as pessoas que fogem. Na semana passada, pela primeira vez, o Boko Haram atingiu um campo de refugiados, em Yola, que abriga residentes de aldeias destruídas nos Estados de Borno e Yobe, na Nigéria. Neste incidente morreram sete pessoas – cinco delas eram crianças.