Os Movimentos Avança Brasil, Brasil, Curitiba Contra Corrupção, Nas Ruas, Patriotas, Rua Brasil, Vem Pra Rua, entre outros, realizam, neste domingo (20), manifestações contra o retorno de Renan Calheiros (MDB) à Presidência do Senado. Entre os locais de encontro divulgados pelos manifestantes estão a Esplanada dos Ministérios, em Brasília, e a avenida Paulista, em São Paulo.
Investigado na Operação Lava-Jato, o emedebista tenta voltar ao comando da Casa. O voto sigiloso no pleito foi alvo de questionamentos no Supremo Tribunal Federal. O presidente da Corte, Dias Toffoli, rejeitou recurso para divulgar a escolha dos senadores ao cargo na última quinta-feira (10).
O emedebista presidiu o Senado entre fevereiro de 2005 e outubro de 2007, quando renunciou em meio a suspeitas de corrupção. Entre elas, a denúncia de receber propina da construtora Mendes Júnior, que pagaria as despesas pessoais da jornalista Mônica Veloso, com quem mantinha relacionamento extraconjugal. O caso só foi julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em setembro do ano passado, quando, por 4 a 0, a Segunda Turma da Corte o absolveu da denúncia de peculato.
O parlamentar voltou à Presidência da Casa em 2013, e a ocupou até 2017, quando foi eleito Eunício Oliveira (MDB). Os manifestantes afirmam que “o Brasil mudou e o Senado precisa mudar”. “Uma pessoa com o passado de Renan não pode comandar a casa que representa a federação dos Estados brasileiros”, afirmam, em nota de divulgação dos atos, que se espalham na internet com a hashtag #RenanNão.
Defesa
Titular do gabinete da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) alvo de investigação criminal, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente Jair Bolsonaro, recebeu na sexta-feira (18) um apoio inesperado.
“Ele não pode ser investigado nem no Rio de Janeiro nem no Senado. A investigação no Senado só acontece em circunstâncias especialíssimas. Temos com relação a ele as melhores expectativas, de que é um moço que quer trabalhar, que quer fazer um bom mandato, que tem posições e defende-as. O que nós queremos é o melhor dele neste momento complexo da vida nacional. A expectativa que nós temos é a melhor possível”, disse o senador Renan Calheiros (MDB-AL).
O senador alagoano, que era alvo de críticas de Flávio até recentemente, prosseguiu afirmando que o filho de Bolsonaro não perde tamanho ao se envolver cada vez mais nas investigações que apuram uma movimentação atípica na conta do motorista Fabrício Queiroz, seu ex-assessor.
“Não acho que perde [estatura] porque não costumo prejulgar ninguém. Nunca prejulguei ninguém nem aceitei ser prejulgado”, afirmou Calheiros, defendendo a decisão do ministro Luiz Fux, vice-presidente do STF. O caso do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) ganhou novo capítulo na quinta-feira (17), quando o Ministério Público do Rio de Janeiro informou que o caso havia sido suspenso por decisão de Fux.