Quinta-feira, 24 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 22 de março de 2018
A chegada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a São Borja, na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, foi acompanhada de protestos e confrontos entre ruralistas e integrantes de movimentos sociais na quarta-feira (21). Caravanas que chegavam para apoiar Lula foram recebidas com pedras jogadas contra os ônibus, mas não houve feridos.
Já em frente ao Museu Getúlio Vargas foi registrado um pequeno incidente em que um manifestante do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) foi agredido sem maiores consequências. O forte aparato policial direcionou grupos rivais para locais em que pudessem ser controlados.
O ato político estava marcado para as 14h na Praça XV de Novembro, no Centro da cidade, onde fica o Mausoléu Presidente Getúlio Vargas, mas só começou por volta das 17h. Muitos pronunciamentos entremeados com apresentações artísticas seguraram o público por várias horas até a chegada de Lula, que estava acompanhado da ex-presidente Dilma Rousseff, da presidente do PT, Gleisi Hofmann, e de lideranças locais como o ex-governador Olívio Dutra.
O discurso de Dilma Rousseff destacou principalmente a instalação da Unipampa (Universidade Federal do Pampa) e do IFF (Instituto Federal Farroupilha) na cidade, além do que chamou de “golpe” para tirá-la do poder. Ela ainda falou sobre os ex-presidentes Getúlio Vargas e João Goulart e o ex-governador Leonel Brizola, todos com forte ligação com São Borja – os túmulos dos três políticos trabalhistas estão no cemitério do município.
Lula iniciou o seu discurso atacando o que chamou de “direita fascista”, que, no seu entendimento, “muitas vezes se beneficiou dos recursos do Pronaf (Programa Nacional da Agricultura Familiar) para adquirir máquinas com valores subsidiados”. O ex-presidente lamentou o clima tenso “comandado por empresários e ruralistas”, afirmando que o seu partido não adotaria a mesma atitude. “Isso não faz parte da democracia.”
Ocorreram pequenos confrontos entre um grupo que protestava contra Lula e usava frases que pediam a sua prisão e integrantes da CUT e do MST em defesa do ex-presidente. O ato foi encerrado pouco depois das 18h. A caravana seguiu, ainda sob forte esquema de segurança, para a região das Missões, onde Lula visita as cidades de São Miguel e Santo Ângelo.
Visitas no triplex
O juiz Sérgio Moro determinou na quarta-feira a cobrança de R$ 1 mil de caução a quem quiser visitar o triplex em Guarujá, no litoral paulista, atribuído pelo MPF (Ministério Público Federal) ao ex-presidente Lula.
O apartamento, avaliado pela Justiça em R$ 2,2 milhões, foi colocado em leilão público por ordem de Moro. A primeira data para a venda será o dia 15 de maio, às 14h, e a segunda está marcada para 22 de maio, no mesmo horário.
A decisão atende a um pedido do leiloeiro, que alegou no processo que a procura tem sido muito grande. “Apesar da curiosidade que o imóvel deve suscitar, é necessário limitar as visitas aqueles com real interesse na aquisição do imóvel”, afirmou Moro no despacho. O dinheiro deve ser devolvido após as visitas ou cobrado em caso de danos eventualmente provocados pelo visitante, ainda conforme o magistrado.