Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2024
O Guaíba, cuja elevação causou a enchente dos últimos dias em Porto Alegre, pode voltar a subir neste fim de semana, em um fenômeno chamado de “repique”. De acordo com um modelo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da UFRGS, a chuva que retornou ao Estado pode fazer o rio voltar a marca dos cinco metros. Caso o vento sul se confirme, uma elevação adicional de cerca de 20 centímetros é esperada pelos especialistas.
O instituto trabalha com a previsão de mais de 200mm de chuva até este domingo (12) em muitas partes do Rio Grande do Sul, incluindo as bacias do Guaíba e Taquari-Antas. A água pode voltar ao nível de 5,35m, o pico atingido no último domingo (5). Além disso, há a probabilidade de vento sul mais intenso, podendo chegar a mais de 50km/h na Lagoa dos Patos entre domingo e segunda-feira (13). O vento forte na direção do Guaíba dificulta o escoamento da água para a lagoa.
De acordo com o IPH, embora esteja prevista a chuva para os próximos cinco dias, no momento os afluentes do Guaíba apresentam lenta redução em níveis elevados, nos rios Jacuí, Sinos e Gravataí, ou moderados, no rio Taquari. Nas últimas 24h, precipitações de 10 a 20mm em algumas partes do Estado e até 40mm na parte sul.
Caso as chuvas não se confirmem, a tendência é de redução gradual, com o Guaíba acima de 4 metros por mais de uma semana. De acordo com a pesquisa apresentada pelo professor Gino Gehling, do IPH, a cheia de 1941 levou 32 dias para a descida ao nível de três metros.
“As principais preocupações seguem sendo a duração dos níveis elevados e as possibilidades de repiques em função de novas chuvas ou efeito do vento”, afirmou Gehling.
O nível do Guaíba, em Porto Alegre, baixou para 4,74 metros pela primeira vez desde sábado (4), conforme medição feita às 6h15 dessa sexta-feira (10) pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá. O nível da água, às 17h15 dessa sexta, estava em 4m71cm, abaixo da marca recorde da última grande enchente no Rio Grande do Sul, em 1941, quando o pico da enchente alcançou a marca de 4m76cm.
O nível, no entanto, ainda está bem acima da cota de inundação, ultrapassada na última semana. Desde então, a cidade vive um cenário de guerra, com quase todos os bairros sem acesso a energia, internet, mantimentos e água, e levando a um movimento de êxodo para localidades menos atingidas pelas chuvas, como as cidades do litoral.
Desde terça (7), a prefeitura conseguiu operar o religamento de algumas estações de tratamento de água que abastecem a capital. Naquele dia, foi retomado o serviço foi retomado nas unidades São João e Menino de Deus. Debaixo d’água desde a última semana, a cidade está sob alerta de “inundação severa”.
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