Por sua credibilidade, o ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa ir à vitrine e explicar como o governo vai enfrentar a mais grave crise econômica da história do País. Medidas estanques, sem um projeto claro, não resolverão.
Para evitar mais danos
O presidente da Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e do Turismo, da Assembleia Legislativa, deputado Sebastião Melo, após conversar com vários colegas, disse ontem que se aproxima o momento de planejar a retomada das atividades no Estado. Sem esse procedimento, antecedendo o fim da pandemia, será grande o risco de as alavancas estarem desconectadas, aumentando o prejuízo econômico.
Não é a primeira vez
Relatórios da Organização Mundial da Saúde mostram: em 2002, num mercado em Guangzhou, China, um vendedor foi internado com pneumonia. Na sequência, a nova doença matou 774 pessoas em 29 países. Surgia a Síndrome Respiratória Aguda Grave, de origem aviária. Como o país, um misto de comunismo com capitalismo, manda e desmanda no mercado internacional, nenhum cuidado posterior foi tomado para evitar o consumo de animais portadores de vírus mortais.
Negação
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusa a Imprensa e a oposição democrata de usarem o coronavírus politicamente, chamando de “embuste”. Contagia alguns seguidores pelo mundo.
Situação inédita
Por mais algumas semanas, vai persistir o embate entre o deslocamento de pessoas na velocidade dos jatos e os esforços nos laboratórios de tecnologia biomédica.
Para amenizar
Em 1935, o argentino Enrique Santos Discépolo compôs a letra do tango Cambalache. Um trecho: “Que falta de respeito, que atropelo à razão.” Encaixa-se com o perfil dos que defendem o fim imediato da quarentena.
Na corda bamba
O desastre do Covid-19 determinará crescimento zero no Produto Interno Bruto (PIB) do País, o que pode ser considerado lucro. Previa-se que o resultado pudesse ficar pior ainda. Tombo no índice não representa novidade.
Os jornais de 27 de março de 2015 noticiaram que “a economia brasileira no ano anterior parou e que estava a caminho da recessão. Em 2014, o PIB tinha crescido 0,1 por cento, conforme informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o pior resultado desde 2009.
Fica mais difícil entender
A previsão dos repórteres de Brasília, feita quarta-feira, não resistiu 18 horas: o presidente Jair Bolsonaro voltou a minimizar a pandemia. Afirmou que “o contágio no Brasil não será como nos Estados Unidos porque não acontece nada com o brasileiro”.
Falta registrar a declaração em cartório e mandar os pacientes internados para casa.
Cidade vazia
Jornal El País, de Madrid: “Outro 11 de setembro mergulha Nova York na impotência. Catástrofes não se constituem em novidade na história da metrópole, mas a crise do coronavírus, ao contrário de outras, esvaziou suas agitadas ruas.”
Porteira aberta
Funcionários da Secretaria da Fazenda detêm a memória de todas as tratativas com a União ao longo do tempo. Os dados demonstram que Brasília sempre se mostrou sensível ao choro. Para recordar: em 1997, os Estados renegociaram suas dívidas, que foram assumidas pelo governo federal. Em troca, assinaram o compromisso de pagar mensalidades com juros mais baixos, além de metas como a contenção de despesas. Dois anos depois, o Ministério da Fazenda constatou que os Estados não cumpriram o acordo e perdoou. A partir daí, nunca mais se aprumaram.
Mais uma do site
“O Índice Dow Jones registra maior ganho em três dias desde 1931.”
Os operadores de ações no mundo financeiro recomendam: voltem ao jogo.
Denúncia sobre o distanciamento
Muitos jornais, na última semana de março de 1960, não pararam de criticar a troca da capital federal, do Rio de Janeiro para Brasília. Comentaram que “o país começa a antever as consequências funestas”. Destacaram que a mudança, no dia 21 de abril daquele ano, iria separar o Congresso da opinião pública. Além disso, referiram-se ao problema das comunicações da nova capital com o resto do país, que estava longe de uma solução satisfatória.
Passados 60 anos, Brasília continua distante da população. O avanço extraordinário das comunicações não adiantou muito.
Muito para contar
Depois de passar a tempestade, poderá ser publicado almanaque com o título “Jogo dos sete erros no combate à pandemia”.